O renomado drag queen Bob the Drag Queen acaba de lançar seu primeiro romance, *Harriet Tubman: Live in Concert*, uma história híbrida de fantasia e história que questiona: e se Harriet Tubman voltasse à vida em 2025 e decidisse virar uma artista de hip-hop? A obra combina humor, ativismo e uma reimaginação da figura histórica mais conhecida por sua coragem na Underground Railroad, agora colaborando com uma produza de música gay para criar um álbum de rap.
Harriet Tubman na era do hip-hop
Na narrativa, Tubman aparece como uma personagem poderosa que, ao retornar, se alia com Darnell Williams, um produtor musical queer, para desafiar o racismo e a opressão através da música. Bob explica que a ideia surgiu de sua admiração profunda por Tubman e do desejo de explorar temas como identidade negra, sexualidade, fé e interseccionalidade de forma moderna e acessível. “Ela iria amar Kendrick Lamar, Lauryn Hill e Missy Elliott,” brinca Bob.
Uma mistura de gêneros e mensagens
Bob revela que a inspiração veio de uma tentativa inicial de escrever uma peça de teatro. No entanto, ao receber a proposta editorial, decidiu transformar o projeto em um livro, pois queria criar um conteúdo que realmente gostaria de consumir. A obra não só homenageia a líder histórica, mas também usa o humor e a fantasia para enfrentar as dificuldades atuais enfrentadas por comunidades negras e LGBTQ+ em tempos de política hostil.
Relevância na atualidade
Sobre o momento político, Bob descreve a administração atual como hostil à história negra e às comunidades queer. “É perturbador ver a tentativa de apagar a memória de Harriet Tubman e restringir os direitos trans. Mas espero que as pessoas reconheçam isso como uma distração, enquanto eles fazem outras coisas mais nefastas,” comenta. A obra surge, assim, como uma resposta criativa à tentativa de silenciar as vozes que lutaram por liberdade e justiça.
Debate sobre a cultura pop e a representatividade
Na entrevista, Bob também fala sobre o impacto de Tubman na sua vida, suas referências culturais, e o potencial que ela teria em programas como *RuPaul’s Drag Race* ou *The Traitors*. “Se ela fosse participar de *The Traitors*, conseguiria manter um poker face de 50 caras,” brinca Bob. Além disso, ele comparte seu elenco imaginado para um filme baseado na história, incluindo nomes como Kerry Washington e LaKeith Stanfield, além de uma Harriet Tubman interpretada por ninguém menos que Doechii.
Impacto e futuro
Para Bob, a criação do livro é um ato de resistência e celebração da cultura negra e queer, especialmente em um momento difícil para essas comunidades. Ele também expressa o desejo de ver a história de Harriet Tubman ganhando ainda mais espaço na cultura popular, potencialmente com uma adaptação cinematográfica. “Se fosse para sonhar alto, gostaria de ver essa história estrelada por atores como Kerry Washington, e quem sabe, com Harriett Tubman reencarnada na cultura pop,” conclui.
Harriet Tubman: Live in Concert: A Novel já está disponível na Amazon e em outras livrarias, além de seu audiobook ser acessível nas plataformas favoritas. Para quem acompanha a obra de Bob, essa é uma oportunidade de refletir, rir e celebrar a história e diversidade em uma narrativa única e provocadora.
