Brasil, 20 de junho de 2025
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Brasil se declara livre da gripe aviária e retoma exportações

O Brasil anunciou estar livre da influenza aviária, encerrando o vazio sanitário e buscando a retomada das exportações de carne de aves.

Na última quarta-feira (18/6), o Brasil se autodeclarou oficialmente livre da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) em suas granjas comerciais. A informação foi divulgada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), marcando um passo importante para o setor avícola brasileiro, que havia enfrentado um período de “vazio sanitário” imposto por protocolos internacionais.

Histórico do vazio sanitário no Brasil

O período de vazio sanitário teve início em 22 de maio, após a desinfecção da granja de Montenegro, localizada no Rio Grande do Sul. O registro do primeiro e único foco da doença em granjas comerciais ocorreu no dia 16 de maio. Durante esse intervalo, o Brasil instituiu medidas rigorosas para conter a propagação do vírus, mostrando a eficácia do seu sistema sanitário.

“Não se comemora uma crise, mas é preciso reconhecer a robustez do nosso sistema sanitário, que respondeu com total transparência e eficiência”, destacou o ministro Carlos Fávaro, enfatizando a necessidade de uma rápida resposta que agora possibilita a retomada gradual das exportações.

O que é a gripe aviária?

A gripe aviária, também conhecida como influenza aviária, é uma doença viral que atinge principalmente aves silvestres e domésticas. Embora a infecção em humanos seja rara, o risco existe. Entre os principais sintomas observados nas aves, estão:

  • Dificuldade respiratória
  • Secreção nasal ou ocular
  • Espirros
  • Incoordenação motora
  • Torcicolo
  • Diarreia
  • Alta mortalidade

Qualquer suspeita de gripe aviária deve ser notificada imediatamente à Secretaria de Agricultura, por meio da Inspetoria de Defesa Agropecuária.

Desafios e próximas etapas

Com a autodeclaração de liberdade da gripe aviária, o governo brasileiro enfrenta agora o desafio de negociar a retirada das restrições comerciais impostas por diversos países sobre a carne de aves e produtos avícolas. O Mapa já iniciou a notificação direta às nações que haviam estabelecido embargos temporários, com a intenção de restaurar o comércio internacional o quanto antes.

Atualmente, 47 países mantêm bloqueios totais às exportações brasileiras de carne de aves, incluindo potências como China, União Europeia, Canadá e África do Sul. Além disso, 17 países impõem restrições específicas ao estado do Rio Grande do Sul, e quatro limitam os embargos à cidade de Montenegro. O Japão, por sua vez, ampliou restrições a mais dois municípios brasileiros, suspendendo a importação de ovos férteis e pintos de um dia dos estados de Goiás e Mato Grosso.

Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) revelam que essas restrições já impactaram significativamente as exportações do setor. Em maio de 2024, as vendas brasileiras de carne de aves e miudezas caíram 12,93% em comparação ao mesmo mês do ano anterior, totalizando uma redução de US$ 751,89 milhões para US$ 654,66 milhões.

Monitoramento e prevenção contínua

Apesar da reclassificação sanitária, o Brasil continua a monitorar casos isolados de gripe aviária em aves silvestres. Neste momento, existem três focos em andamento: dois em zoológicos, localizados em Brasília (DF) e Sapucaia do Sul (RS), e um em uma propriedade particular em Mateus Leme (MG). Adicionalmente, há 11 casos suspeitos sob investigação em diversos estados, como Minas Gerais, Espírito Santo, Pará, Roraima, Ceará, Bahia e Rio Grande do Sul, a maioria envolvendo aves domésticas.

O Ministério da Agricultura reafirma que todas as medidas sanitárias seguem em vigor, e as ações de prevenção, detecção precoce e resposta rápida serão prioridade na luta contra novos surtos da doença.

Esta conquista é um marco importante para o setor avícola brasileiro, que se prepara para retomar sua posição no mercado internacional, tão afetado pelas restrições da gripe aviária.

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