No dia 16 de maio, Luca Strobel, um homem trans de 25 anos que vive na Carolina do Sul, passou por uma experiência traumática ao ser detido, ofendido e agredido porusar o banheiro feminino de um bar local. A violência ocorreu após ele precisar usar a privada, pois o banheiro masculino do estabelecimento só tinha urinais e não oferecia privacidade.
Incidente em bar da Carolina do Sul revela discriminação contra trans
Segundo relato de Luca, após uma troca com o funcionário do bar, ele entrou no banheiro feminino junto com uma amiga para evitar constrangimento. Durante o uso, o proprietário do estabelecimento entrou bruscamente, começou a gritar e xingar, acusando-o de estar no banheiro errado. Logo após, o proprietário o expulsou do bar enquanto o ofendia com palavras transfóbicas.
Ao sair do local, Luca foi parado pela polícia, que alegou que ele estava envolvido em uma briga, mesmo ele afirmando estar tranquilo. A abordagem policial foi agressiva: ele foi algemado com algemas apertadas, levado à delegacia, mas sem ser oficialmente preso. “Fiquei assustado, mas fiquei obediente, mesmo assim me trataram com violência”, conta Luca.
Violência policial e questionamentos sobre direitos
Na delegacia, Luca relata que os policiais não leram seus direitos e não forneceram informações claras. Após pagamento de fiança de US$ 500, ele foi liberado, mas com uma audiência marcada para breve. No relato, Luca comentou que a experiência deixou marcas físicas e emocionais, incluindo hematomas e ansiedade.
South Carolina não possui leis que regulam o uso de banheiros por identidade de gênero, mas faz parte de um grupo de estados que criminalizam o uso de banheiros de acordo com a identidade de gênero de pessoas trans. Segundo reportagem da Newsweek, há uma forte resistência a direitos trans na legislação estadual, incluindo projetos de lei que proíbem o uso de banheiros compatíveis com o gênero em propriedades federais.
Busca por segurança e esperança de mudança
Após o episódio, Luca afirmou estar em choque e com dores físicas e psicológicas. Para ele, denunciar o ocorrido é uma forma de transformação, uma tentativa de abrir espaço para debates mais justos. “Quero que essa história mostre as contradições de quem tenta policiAR nossos corpos e nossa presença pública”, afirmou.
Devido à insegurança em sua comunidade, Luca criou uma campanha no GoFundMe para arrecadar fundos e ajudar na sua mudança para um estado mais seguro. “Deixei para trás muitos anos e minhas raízes na Carolina do Sul, mas preciso viver em um lugar onde possa me sentir protegido”, disse.
Resiliência e esperança na luta por direitos
Luca compartilhou ainda um pouco de sua trajetória de vida, marcada pela coragem de se assumir. “Atransição salvou minha vida. Em um momento difícil, consegui realizar uma cirurgia que me deu esperança e força para seguir em frente”, revelou.
Apesar do medo, ele reforça seu compromisso de ser uma voz para jovens trans e de lutar contra a discriminação. “O debate sobre banheiros nunca foi só sobre funções, mas sobre nossa existência pública. Precisamos de espaços neutros e seguros para todos”, concluiu.
Perspectivas futuras
Enquanto aguarda a audiência, Luca reforça sua mensagem de resistência e esperança: “A luta por nossos direitos é constante. Cada história como a minha é um lembrete de que a mudança é urgente e necessária”.