Muitas mulheres relatam em redes sociais que seus sintomas foram considerados “normais” ou exagerados por profissionais de saúde, o que prejudicou seus diagnósticos e tratamentos. Essas histórias revelam uma realidade preocupante sobre o enfrentamento de questões femininas na medicina.
Sintomas que foram considerados normais ou causados por emoções
Uma usuária do Reddit contou que, na infância, sentia dores fortes no coração e foi desacreditada pelo médico, que alegou que isso era esperado por mulheres emotivas. Anos depois, descobriu que tinha uma arritmia hereditária, diagnosticada após procurar outro especialista.
Outra vítima relatou que seu ombro deslocado e suas costelas que estalavam eram considerados normais, pela justificativa de que as mulheres têm menos força na parte superior do corpo. Análises posteriores mostraram deformidades causadas por repetidas luxações.
Negligência e diagnósticos tardios que agravaram a saúde
Exemplo de negligência em doenças graves
Um caso marcante de negligência foi de uma mulher que teve uma infecção urinária, mas o médico afirmou que isso era comum entre mulheres com sobrepeso e preferiu não tratá-la, desejando que ela perdesse peso ou se conformasse com os sintomas.
Outro relato é de uma paciente que, em um exame de rotina, foi desacreditada ao mencionar dores abdominais intensas. Anos depois, foi diagnosticada com pancreatite causada por um linfoma de estágio dois, após ser ignorada por anos.
Experiências com exames e tratamentos negligenciados
Mulheres também compartilham histórias de exames ignorados, como uma gestante que foi mal avaliada por uma dor lateral pós-parto, ou uma pessoa que teve uma embolia pulmonar ignorada por julgamento baseado em peso.
Casos de diagnósticos errados ou atrasados incluem dores de cabeça severas que foram confundidas com enxaqueca, até a descoberta de um tumor cerebral em estado avançado, após uma solicitação de ressonância magnética negligenciada.
Diagnósticos equivocados e desrespeito às queixas
Várias entrevistadas revelaram terem sido desacreditadas por sintomas como palpitações, desmaios, dores extremas e febres altas. Uma mulher foi levada a sério somente após quase uma década, ao descobrir que tinha uma dissecção arterial que causou um ataque cardíaco.
Outra relata que foi acusada de ansiedade enquanto tinha um quadro de síndrome coronariana aguda, o que quase custou sua vida, pois só foi atendida após uma avaliação mais cuidadosa por outro especialista.
Impactos na saúde e na vida das mulheres
Essas histórias demonstram impactos profundos na qualidade de vida, com muitas mulheres enfrentando cirurgias, hospitalizações e sequelas por diagnósticos tardios ou negligência. Além disso, reforçam a necessidade de maior atenção às queixas femininas na medicina.
Especialistas alertam que a negligência pode estar relacionada a estereótipos de gênero e ao viés de que mulheres, muitas vezes, manifestam sintomas de forma emocional ou exagerada. É fundamental que o sistema de saúde reconheça e trate adequadamente essas demandas.
Chamado à reflexão e mudanças no sistema de saúde
Profissionais e entidades de saúde destacam a importância de treinamentos que combatam o viés de gênero e promovam uma avaliação mais cuidadosa das mulheres com sintomas inexplicados. A conscientização pública também é essencial para exigir um atendimento mais humanizado e eficiente.
Se você passou por experiências semelhantes ou conhece alguém que enfrentou dificuldades similares, compartilhe sua história ou acesse o formulário anônimo disponível aqui.