Goiânia — Em um evento direcionado ao agronegócio na tarde desta quinta-feira (19/6), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez declarações contundentes relacionadas à atual gestão do governo Lula e aos desafios enfrentados pelo setor. Para ele, um bom presidente é aquele que “não atrapalha o agro”, referindo-se às questões econômicas que afetam diretamente o setor agrícola no Brasil.
Alta dos juros e impactos no agronegócio
O encontro aconteceu em Goiânia (GO), onde Bolsonaro participou de uma feira voltada ao agronegócio, um dos pilares da economia brasileira. Suas declarações foram influenciadas principalmente pela recente alta das taxas de juros, que segundo ele, trazem grandes dificuldades para os produtores rurais. Nesse contexto, o ex-presidente criticou a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) de elevar a Selic para 15% ao ano, o maior índice desde julho de 2006.
“Um bom presidente é aquele que não atrapalha o agro. O agro por si só se movimenta, se inventa. O agro nos orgulha a todos aqui no Brasil. Mais um aumento na Selic, mais um problema para vocês do agro. É inacreditável. Com essa taxa de juros, fica difícil sair dessa situação”, declarou Bolsonaro, ressaltando a necessidade de medidas mais favoráveis para o desenvolvimento do setor.
Reação do setor agro à nova portaria
Além da taxa Selic, a crítica do ex-presidente se estendeu à recente portaria do governo Lula, que restabelece as diretrizes do Programa Nacional de Rastreabilidade de Agrotóxicos e Afins (PNRA). Essa medida gerou descontentamento entre representantes do agronegócio, que já manifestam preocupações sobre “exigências técnicas e logísticas onerosas” impostas pela nova normativa. A bancada ruralista no Congresso já se mobiliza para articular a derrubada da portaria por meio de um decreto legislativo, evidenciando a tensão entre o governo atual e o setor agrícola.
Impactos da política econômica no agronegócio
A elevação da Selic não é a única preocupação do agronegócio. O contexto global e as mudanças climáticas, assim como a inflação, também têm afetado o setor, que já enfrenta dificuldades operacionais. Os produtores se mostram preocupados com a viabilidade de seus negócios em um ambiente econômico desafiador, onde as margens de lucro são reduzidas e os custos aumentam.
A reflexão de Jair Bolsonaro sobre a necessidade de apoiar o agro reflete um sentimento compartilhado por muitos no setor, que exige políticas públicas mais permissivas e investimentos que garantam a competitividade e a sustentabilidade da produção agrícola no país.
Perspectivas para o futuro do agronegócio no Brasil
Com as atuais condições econômicas e a política do governo federal, o futuro do agronegócio brasileiro pode enfrentar desafios significativos. Analistas do setor indicam que é crucial um diálogo aberto entre os representantes do agronegócio e o governo, a fim de estabelecer estratégias que favoreçam o desenvolvimento sustentável e a inovação no campo.
Em suma, as declarações de Bolsonaro em Goiânia colocam em evidência um tema central no debate público brasileiro: a necessidade de um ambiente favorável para o agronegócio, que continua sendo um dos motores da economia nacional. A resposta do governo Lula e as ações futuras para mitigar os efeitos da taxa Selic e das novas diretrizes do PNRA serão cruciais para a saúde desse setor vital.
Ainda há muito a discutir e a decidir sobre a melhor forma de apoiar os agricultores brasileiros, que enfrentam um clima de incertezas. Fica o convite para que os cidadãos acompanhem as próximas movimentações políticas em torno dessas questões que afetam diretamente a produção de alimentos no Brasil.