Brasil, 20 de junho de 2025
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Homem que quebrou relógio de Dom João VI deixa prisão sem tornozeleira

Antônio Cláudio Alves Ferreira, condenado por danos ao relógio histórico, obtém liberdade condicional em meio à falta de tornozeleiras eletrônicas.

Antônio Cláudio Alves Ferreira, o mecânico brasileirinho que ficou conhecido por quebrar o famoso relógio Balthazar Martinot durante os eventos de 8 de janeiro de 2023, deixou a prisão nesta quarta-feira. Condenado a 17 anos de reclusão, Ferreira teve sua liberdade concedida pela Justiça, que permitiu a progressão para o regime semiaberto, apesar da ausência de tornozeleiras eletrônicas disponíveis no estado de Minas Gerais.

Liberdade em regime semiaberto e falta de tornozeleiras eletrônicas

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais detalhou que, devido à escassez de tornozeleiras eletrônicas, Ferreira não recebeu o dispositivo de monitoramento e foi liberado sem ele. O presídio onde o mecânico cumpria pena, o Professor Jacy de Assis, em Uberlândia, deverá incluí-lo na lista de espera para a aquisição do equipamento, conforme decisão do juiz Lourenço Migliorini Fonseca Ribeiro. A Justiça, no entanto, não estipulou um prazo para que essa situação seja normalizada.

Como condições para sua liberdade, Ferreira deverá permanecer em sua residência na cidade de Uberlândia durante todo o período, até a apresentação de uma proposta de trabalho junto à unidade prisional. A sua saída sem a tornozeleira gerou apreensão em diversos setores da sociedade, que se questionam sobre a eficácia das medidas de segurança nesse tipo de situação.

O impacto da destruição do relógio Balthazar Martinot

O relógio Balthazar Martinot é uma peça histórica, um presente da corte francesa a Dom João VI, fabricado no século XVII. Sua destruição durante os tumultos de 8 de janeiro foi um marco de um momento turbulento na história recente do Brasil. Ferreira, que foi filmado quebrando a peça, foi condenado por abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, associação criminosa armada e dano qualificado pela violência e grave ameaça.

Após o incidente, o relógio passou por um processo de restauração na Suíça e, em janeiro deste ano, foi reinstalado no gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, simbolizando tanto a dificuldade de proteger o patrimônio histórico do país quanto a luta por justiça em tempos de polarização política.

Repercussões e desdobramentos

A saída de Antônio Ferreira da prisão gera discussões sobre a aplicação da justiça e a responsabilidade dos cidadãos em respeitar o patrimônio histórico e cultural do Brasil. O evento de 8 de janeiro não apenas deixou marcas físicas, mas também psicológicas na sociedade brasileira, que se esforça para avançar após um capítulo tão conturbado de sua história recente.

A reação da população e a cobertura da mídia sobre o assunto são intensas, refletindo a necessidade de um discurso mais detalhado sobre a importância do respeito ao patrimônio cultural. Com a libertação de Antônio Ferreira, há uma expectativa de que o sistema de justiça revisite não apenas seu caso, mas também as estruturas que permitem que situações semelhantes ocorram no futuro.

Em um momento onde muitos clamam por ações mais rigorosas contra crimes que afetam o patrimônio nacional, a saída de Ferreira deixou um resíduo amargo. Muitos se perguntam sobre o que isso significa para futuras questões de responsabilidade estatal e individual frente à preservação cultural.

Por fim, a história do relógio Balthazar Martinot e as ações de Ferreira continuarão a ser um ponto de referência e de debate na sociedade brasileira, revelando um ciclo complexo entre crime, punição e a conservação da história nacional.

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