Durante uma entrevista no podcast Mano a Mano, apresentado por Mano Brown e veiculada nesta quinta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva revelou que, caso sua saúde permita, se candidatará em 2026 para “ganhar”. O programa ocorreu no Palácio da Alvorada e trouxe à tona diversas questões, desde críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro até defesas de sua política econômica, como o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e a necessária regulamentação das redes sociais.
Perspectivas eleitorais e desafios à direita
Lula expressou confiança em sua potencial candidatura ao destacar os nomes que a extrema direita tem promovido, como Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, Ratinho Jr., governador do Paraná, e Ronaldo Caiado, governador de Goiás. Em sua fala, o presidente afirmou: “Eles podem falar em quem quiserem, mas qualquer um terá que fazer mais do que eu… Se eu for candidato é para ganhar as eleições.” Esse tipo de retórica mostra que Lula está ciente do cenário político e dos possíveis adversários no pleito de 2026, além de sua determinação em manter-se relevante no debate político nacional.
Análise de pesquisas e relacionamento com o eleitorado
A pesquisa mais recente do Datafolha, divulgada no último sábado, mostra um cenário acirrado, onde Lula aparece empatado tecnicamente com Tarcísio: 43% a 42% em uma possível disputa de segundo turno. Esse dado é crucial, considerando que a proximidade nas intenções de voto poderá influenciar a estratégia dos candidatos em suas campanhas, visando mobilizar eleitores e conquistar novos apoios.
Defesa do aumento do IOF
Ao ser questionado sobre as medidas econômicas do seu governo, Lula apoiou firmemente a elevação do IOF, que, segundo ele, é necessário para garantir recursos que viabilizem investimentos sociais e em infraestrutura. “O IOF do Haddad (ministro da Fazenda) não tem nada de mais. O Haddad quer que as bets paguem imposto, as fintechs e os bancos, pagar um pouquinho só para a gente fazer a compensação”, argumentou o presidente. Essa defesa do aumento do imposto é uma tentativa de justificar medidas impopulares em um contexto econômico desafiador, onde a necessidade de recursos para a execução de políticas públicas é um tema recorrente.
Erros do passado e comparações contundentes
Lula também comentou sobre as fraudes descobertas no INSS, reconhecendo os impactos negativos à imagem de seu governo. Ele ressaltou que a origem desses problemas remonta ao governo Bolsonaro, afirmando que as fraudes “começaram no governo Jair Bolsonaro e foram descobertos pela atual gestão”. Essa declaração visa conectar a oposição do governo atual à gestão anterior, almejando reforçar a ideia de que os erros do passado ainda repercutem no presente.
Além disso, Lula fez uma comparação ousada, afirmando que encontrou um país “semi-destruído” ao assumir a presidência. “Quando cheguei aqui, eu olhei para a destruição na Faixa de Gaza e pensei no Brasil que nós encontramos. Havia uma destruição proposital”, comentou, fazendo alusão ao impacto negativo que a gestão anterior teve nas estruturas sociais e institucionais do Brasil.
Combate às fake news e regulamentação das redes sociais
Os desafios atuais não se limitam apenas a aspectos econômicos e estruturais. Lula também abordou a crescente problemática das fake news, destacando a necessidade de um combate efetivo que envolva comunicação, educação e ação institucional. O presidente acredita que a regulamentação das redes sociais, um tema extremamente polêmico, deve ser apreciada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), uma vez que considera o Congresso nacional vulnerável à pressão das empresas do setor: “Está mais factível ser aprovado pela Suprema Corte do que pelo Congresso Nacional”, afirmou ele.
Com uma visão crítica tanto sobre adversários quanto sobre os desafios enfrentados por seu governo, Lula se mantém firme em seu papel na política brasileira, deixando claro que não apenas é uma opção viável para as próximas eleições, mas que também está disposto a intensificar a luta por um Brasil que considera ser mais justo e igualitário. O cenário eleitoral que se desenha para 2026 promete ser acirrado, e a trajetória de Lula como presidente certamente influenciará as disputas futuras.