Na manhã desta quarta-feira, 18 de junho, o Papa Leão XIV fez um histórico apelo pela paz ao final da Audiência Geral, evocando palavras proferidas pelo Papa Pio XII em 1939, quando o mundo se preparava para enfrentar a Segunda Guerra Mundial. Neste momento de crescente tensão e violência, o Santo Padre ressaltou a importância de buscar soluções pacíficas e o diálogo como forma de evitar tragédias semelhantes no presente.
Contexto histórico do apelo
O clamor de Leão XIV não foi uma mera repetição das palavras de seu antecessor, mas sim uma chamada consciente frente à realidade atual em várias partes do mundo, incluindo as crises na Ucrânia e no Oriente Médio. Ele relembrou uma frase emblemática de Pio XII: “Nada se perde com a paz. Tudo pode ser perdido com a guerra.” Esta afirmação tornou-se um marco na história do Vaticano, refletindo a necessidade de priorizar a diplomacia em vez do conflito armado.
Pio XII fez seu apelo pelo rádio em 24 de agosto de 1939, após o anúncio do pacto entre a Alemanha nazista e a União Soviética, que precedeu a eclosão da guerra. Naquela ocasião, ele enfatizou que “é com a força da razão, não com a das armas, que a Justiça abre caminho”. Estas palavras ecoam ainda hoje, já que muitos países enfrentam diferentes formas de violência e conflito sem um diálogo efetivo.
A voz da Igreja diante da guerra
O Papa Leão XIV, ao relembrar o apelo de Pio XII, fez questão de contextualizar as mensagens, sublinhando a tristeza que a Igreja sente frente aos gritos de sofrimento dos povos em guerra. “É angustiante ver a dor e o desespero de milhões de pessoas, especialmente na Ucrânia e no Oriente Médio”, afirmou o Pontífice. Ele adicionou que não devemos nos acostumar com a guerra, nem aceitar passivamente a violência como uma realidade imutável.
Palavras de esperança e reflexão
O Papa também destacou que, apesar dos desafios, ainda há tempo para promover a paz. Ele incentivou a comunidade internacional a buscar uma compreensão mútua, a reiniciar negociações com respeito e boa vontade, reforçando que “as negociações sinceras e eficazes nunca estão impedidas de alcançar um sucesso honroso.” Esta mensagem é um apelo ao bom senso e à moral na política, que muitas vezes é esquecida diante de disputas de poder.
A importância do diálogo
O diálogo é visto como a única forma de alcançar uma resolução duradoura para os conflitos. O Santo Padre pediu novamente que as nações se reúnam em torno da mesa de negociações, lembrando que a paz não é simplesmente a ausência de guerra, mas um estado de justiça que precisa ser construído com esforço coletivo. Ele alertou que os impérios que não se baseiam na justiça não são abençoados por Deus, visto que esses sistemas falham em garantir os direitos fundamentais dos seres humanos.
Esperança além das palavras
Leão XIV concluiu seu discurso admirando o valor e a resiliência das pessoas que vivem em regiões afetadas por conflitos. Ele enfatizou que a verdadeira paz se constrói com ações concretas e solidárias. O apelo do Papa é um chamado não apenas à Igreja, mas a toda a sociedade, para que cada um faça sua parte em promover o entendimento e a paz, mesmo em tempos de incerteza.
Assim, ao relembrar as palavras de Pio XII, Leão XIV se posicionou firmemente contra a guerra e as armas, reafirmando que a paz deve ser a prioridade de todos, independentemente das circunstâncias globais. Numa época em que as tensões se intensificam, a voz da Igreja se levanta mais uma vez, tornando-se um farol de esperança e um convite à reflexão.
A mensagem final do Papa ressoa como uma apresentação ponderada para todos aqueles que estão dispostos a ouvir: a paz é um objetivo que deve ser alcançado por meio da razão, do respeito mútuo e da abertura ao diálogo.