Brasil, 19 de junho de 2025
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Setor agro brasileiro lidera debates na COP30 sobre produção sustentável

Representantes do agro no Fórum Futuro do Agro destacaram avanços, desafios e a necessidade de uma narrativa unificada na luta por sustentabilidade

Durante a quarta edição do Fórum Futuro do Agro, realizado em São Paulo, representantes do agronegócio brasileiro discutiram ações, desafios e propostas para fortalecer uma produção sustentável e competitiva no cenário global, especialmente na preparação para a COP30, que acontecerá em Belém em novembro. O evento reuniu produtores, pesquisadores, empresários e autoridades do setor público.

Contribuições do agro brasileiro na agenda climática e ambiental

Destaque para a necessidade de o setor ser mais realista ao mostrar como a tecnologia vem aumentando a produtividade de forma sustentável. Leonardo Sobral, diretor de florestas da Imaflora, afirmou que o Brasil já deveria ter superado o debate sobre o desmatamento para avançar em temas mais relevantes de sustentabilidade na agricultura.

O professor Ricardo Abramovay, da Universidade de São Paulo, criticou a prática de pagar produtores apenas para não desmatar, defendendo a necessidade de ações que eliminem qualquer incentivo ao desmatamento ilegal ou legalizado. “O mundo não quer mais saber se o desmatamento é legal ou ilegal. Não se justifica apoiar mais nenhum tipo de desmatamento”, afirmou.

Novo modelo agrícola e rentabilidade sustentável

O fórum abordou também a inovação, como a agricultura em fazendas verticais, onde hortaliças são cultivadas em galpões, o que representa uma alternativa mais sustentável e eficiente. Matheus Vidal, cafeicultor em Minas Gerais, lembrou que agricultura sustentável só é viável se for ambientalmente correta, socialmente justa e economicamente rentável — condições que ainda não resultam em remuneração adicional.

Vidal destacou o esforço do setor em reduzir the pegada de carbono no uso de fertilizantes e buscar mercados dispostos a pagar mais por práticas sustentáveis, embora o retorno financeiro ainda seja de longo prazo. “Estamos trabalhando com fertilizantes de menor pegada de carbono e buscamos mercados dispostos a pagar mais por isso, mas não vemos retorno financeiro direto”, ressaltou.

Financiamento verde e suporte ao pequeno produtor

Para o sistema financeiro, a produção sustentável significa redução do custo de capital e maior acesso a financiamento com condições favoráveis. O Brasil avançou na oferta de “financiamentos verdes”, que ligam o crédito a compromissos ambientais, como títulos de dívida e linhas de crédito com juros reduzidos. No entanto, há a necessidade de aprimorar as metodologias de medição e avaliação do cumprimento dessas metas.

O apoio ao pequeno produtor também foi uma pauta importante do fórum. Participantes reforçaram a importância de assistência técnica, cooperativismo e o uso de tecnologias acessíveis para ampliar a adoção de práticas sustentáveis por agricultores de porte menor, especialmente em regiões como o Paraná, onde o cultivo de avocado surge como alternativa para produtores de café e laranja.

Agenda internacional e a imagem do agronegócio brasileiro

Para os representantes do setor, a COP30 representa uma oportunidade de mostrar as virtudes do agronegócio brasileiro, que deve utilizar a “inteligência de mercado” para fortalecer sua posição no cenário internacional. Marcello Brito, secretário executivo do Consórcio da Amazônia, ressaltou a necessidade de o setor se preparar para falar a “língua” dos clientes globais, seja em inglês, alemão ou mandarim.

Ele lamentou que, mesmo com o anúncio do Brasil como sede da COP30, faltou uma estruturação adequada para um diálogo mais estratégico e representativo. Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura e atual enviado do agro para o evento, sugeriu que o país deveria construir uma agricultura tropical com base em consenso, integrando sua matriz energética e buscando financiamento climático internacional.

Perspectivas e desafios futuros

Ao concluir as discussões, os participantes reforçaram a importância de o agro brasileiro mostrar suas virtudes e reconhecer suas falhas, com ações concretas para eliminá-las. O setor precisa unir forças e estabelecer um discurso mais coeso para se consolidar como protagonista na pauta climática global, contribuindo para uma economia mais verde e socialmente justa.

O Fórum Futuro do Agro destacou que o sucesso da agricultura brasileira na COP30 dependerá de um esforço conjunto, da inovação tecnológica e de uma narrativa qualificada, que una sustentabilidade, rentabilidade e inclusão social. O momento é de preparação e de avanço, de forma realista e estratégica, para ampliar a influência do Brasil no cenário global de produção sustentável.

Para saber mais, acesse a reportagem completa no Site do Globo.

Tags: Agro sustentável, COP30, agricultura brasileira, inovação agrícola, financiamento verde, produção responsável

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