Brasil, 19 de junho de 2025
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Inquérito revela uso clandestino da Abin para proteger filhos de Bolsonaro

Investigação revela como a Abin foi usada para beneficiar filhos de Jair Bolsonaro e perseguir opositores.

A retirada do sigilo do inquérito sobre a “Abin Paralela” pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, trouxe à tona detalhes estarrecedores sobre o uso clandestino da estrutura da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para a proteção dos filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro. O movimento visa minimizar o vazamento de informações relacionadas às investigações, uma vez que ocorreram episódios de informações filtradas publicamente.

O que é a “Abin Paralela”?

Descrita na investigação como uma organização que teria utilizado a estrutura institucional da Abin, a “Abin Paralela” é acusada de prestar serviços de espionagem clandestina em favor de aliados e de perseguir opositores da família Bolsonaro. A investigação revela que o software de inteligência israelense First Mile, adquirido durante o governo de Michel Temer, foi uma das ferramentas usadas para essas operações.

Os relatos da Polícia Federal (PF) indicam que a “Abin Paralela” possibilitou ações em favor de Jair Renan, Flávio e Carlos Bolsonaro, filhos do ex-presidente. Essas ações variavam de tentativas de obstrução do trabalho da PF à perseguição de servidores da Receita Federal, resultando no indiciamento de 34 pessoas.

Denúncias da PF sobre a Abin Paralela

  • A “Abin Paralela” teria sido criada para proteger aliados e perseguir adversários políticos.
  • Um grupo de policiais e militares atuava dentro da Abin com ordens específicas para beneficar o clã Bolsonaro.
  • A ferramenta First Mile foi fundamental para monitorar movimentos dos espiados.

Embora não tenha sido indiciado, Jair Bolsonaro é mencionado no inquérito como o “principal destinatário” de ações clandestinas e da instrumentalização da “Abin Paralela”. O relatório da PF destaca que as ações visavam vantagens para o núcleo político, com ataques direcionados a opositores e ao sistema eleitoral.

Carlos Bolsonaro em foco

O vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) é um dos principais nomes citados na investigação. Apontado como “beneficiário direto” das informações coletadas ilegalmente, seu papel na organização é ressaltado, sendo considerado o idealizador da estrutura, que contava com um delegado e três agentes à disposição da espionagem. Ele ainda é visto como uma figura central na desinformação acerca do sistema eleitoral brasileiro.

A tentativa de desacreditar as investigações de suas ações, incluindo dossiês sobre possíveis fraudes eleitorais, é uma das estratégias atribuídas a Carlos. O inquérito destaca solicitações feitas por sua assessora para que Ramagem ajudasse em inquéritos que envolviam ele e seus irmãos.

Interferência em investigações

O relatório da PF aponta uma incidentes que envolvem Jair Renan Bolsonaro, revelando que a “Abin Paralela” interferiu em investigações sobre seu envolvimento com empresários do setor de construção civil. A PF estava investigando o recebimento de um veículo elétrico por Jair Renan, mas as ações da Abin frustraram a coleta de provas.

Durante a tentativa de vigilância sobre o ex-sócio de Jair Renan, um policial da Abin foi identificado e a operação acabou se revertendo contra os próprios investigadores da PF.

Flávio Bolsonaro e questões fiscais

A investigação também relaciona Flávio Bolsonaro à “Abin Paralela”. Policiais federais, como Marcelo Bormevet, foram destacados para vasculhar a vida pessoal de auditores da Receita Federal que atuavam na investigação de fraudes atribuídas a Flávio. Suspeitas sobre manipulação e descredibilização dos auditores foram levantadas como estratégias para anular as investigações contra o senador.

A PF menciona que essas ações apoioaram a defesa do senador Flávio, que procurou anular as investigações durante a operação. As ações ainda se estendem aos procedimentos disciplinares dirigidos a auditores da Receita envolvidos na apuração das “rachadinhas”, revelando uma rede complexa de proteção e obstrução que perpassa diversas instâncias governamentais.

Com o avanço das investigações, o Brasil se depara com um cenário de ligeiras mudanças na política, onde o uso da inteligência estatal para fins pessoais é uma questão de grande relevância a ser debatida.

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