Na última quarta-feira, 18 de junho, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu elevar a taxa básica de juros para 15% ao ano, gerando reações acaloradas entre parlamentares tanto da base governista quanto da oposição. A alta, a sétima consecutiva, traz preocupações sobre os impactos econômicos e sociais dessa medida que afeta diretamente a vida dos brasileiros.
Posicionamento dos parlamentares sobre a alta da Selic
O líder do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), expressou sua indignação com a decisão. Segundo ele, “a taxa de 15% é indecente, proibitiva e desestimula investimentos produtivos”. Farias critica a transformação do Brasil num “paraíso dos rentistas”, destacando que enquanto quem vive de juros se beneficia, quem trabalha é penalizado. Ele ainda apontou que o crescimento da dívida pública não está relacionado aos programas sociais, mas sim ao alto pagamento de juros.
Em consonância com Farias, Rogério Correia (PT-MG), presidente da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, ressaltou que cada ponto percentual da Selic custa aos cofres públicos aproximadamente R$ 38 bilhões, valores que, segundo ele, são direcionados para os bancos e o sistema financeiro, perpetuando um ciclo de dependência e comprometimento das finanças públicas.
Reações da oposição e suas críticas ao governo
Do outro lado, a oposição também não poupou críticas. Flávio Bolsonaro (PL-RJ) desaprovou a elevação da Selic, associando a responsabilidade à administração de Luiz Inácio Lula da Silva. “Enquanto o Lula gasta em viagens, ministérios inúteis e mamata para artistas amigos da esquerda, o brasileiro vê o sonho de um financiamento se tornar um pesadelo”, afirmou Bolsonaro, deixando claro seu descontentamento em relação à condução da política econômica pelo governo.
Além disso, a senadora Tereza Cristina (PP-MS) destacou os efeitos adversos da medida no Plano Safra 25/26. Segundo a senadora, o Copom justificou a manutenção da alta taxa por preocupações com a questão fiscal e as projeções de inflação que estão distantes da meta estabelecida. “E agora? Lula vai reclamar do ‘seu’ BC?”, questionou, sublinhando as dificuldades que essa política impõe aos setores produtivos, especialmente o agrícola.
Impactos da elevação da Selic na economia brasileira
Aumento da Selic, por sua vez, tem implicações profundas na economia nacional. A alta taxa de juros encarece o crédito, o que pode inibir investimentos em setores essenciais e, consequentemente, impactar o crescimento econômico. Com a Selic elevada, empresas enfrentam dificuldades em financiar seus projetos e, por consequência, a criação de novos empregos é comprometida.
Além disso, a inflação, embora uma preocupação constante, pode acabar se acentuando com a alta da Selic, uma vez que os custos de financiamento e operação aumentam. O resultado é um ciclo vicioso onde o consumo se reduz, os investimentos caem e a economia estagna.
O futuro da política monetária no Brasil
Frente a esse cenário alarmante, o debate sobre a política monetária no Brasil se torna mais relevante do que nunca. As opiniões estão divididas, mas é unânime a exigência de um equilíbrio entre o controle da inflação e o suporte ao crescimento econômico. O desafio que se apresenta é como o governo e o Banco Central pretendem harmonizar essas duas frentes sem causar ainda mais prejuízos à população brasileira.
Enquanto o governo tenta navegar por essas turbulentas águas econômicas, a pressão sobre parlamentares e economistas para encontrar soluções viáveis e sustentáveis só tende a aumentar. O desenrolar dessa situação promete continuar sendo um tema central nas discussões políticas e econômicas do Brasil, à medida que os impactos da decisão do Copom se tornam mais evidentes nos próximos meses.
Com a política monetária em rota de colisão com as necessidades sociais, cabe aos líderes políticos encontrar um caminho que possa alavancar o desenvolvimento enquanto protege os mais vulneráveis. Somente assim será possível evitar que a economia nacional se afunde ainda mais em uma crise que, se não for abordada com urgência, pode afetar toda a sociedade.
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