Brasil, 19 de junho de 2025
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Polícia Federal indicia 34 pessoas em investigação sobre a Abin Paralela

A PF indiciou 34 pessoas por suposto esquema de espionagem na Abin, incluindo aliados de Jair Bolsonaro. Investigação avança.

A Polícia Federal (PF) indiciou, nesta terça-feira (17 de junho), 34 pessoas em um inquérito que investiga um suposto esquema clandestino de monitoramento ilegal dentro da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Segundo a investigação, essa estrutura foi utilizada por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para fins pessoais e políticos. O resultado do inquérito foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), que retirou o sigilo da investigação, permitindo que mais detalhes sejam divulgados ao público.

Detalhes da investigação

O caso ficou conhecido como “Abin Paralela” e envolve o uso da estrutura da Abin para espionagem ilegal de adversários políticos entre os anos de 2019 e 2021. O ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem, e o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) estão entre os indiciados. A investigação apurou que o monitoramento foi realizado por meio do software de inteligência israelense First Mile, que foi adquirido durante o governo de Michel Temer (MDB). Este sistema permite rastrear a localização de pessoas utilizando informações de torres de telecomunicações, o que levanta sérias preocupações sobre a privacidade e os direitos civis dos cidadãos.

Situação atual do caso

Com a decisão do ministro Alexandre de Moraes, os autos da investigação foram enviados à Procuradoria-Geral da República (PGR), que agora tem um prazo de 15 dias para se manifestar. Moraes justificou a retirada do sigilo em resposta a vazamentos seletivos de informações que prejudicaram a clareza da situação e geraram confusões na mídia sobre o caso. A medida visa garantir que as investigações não sejam comprometidas por informações imprecisas e nem que o andamento do processo seja afetado.

A PF concluiu que existem elementos suficientes que apontam para a prática de crimes pelos indiciados, entre eles a organização criminosa, interceptação de comunicações sem autorização judicial e violação de sigilo funcional. No entanto, o ex-presidente Jair Bolsonaro não foi indiciado, pois já enfrenta acusações por organização criminosa em outra investigação relacionada à tentativa de golpe de Estado.

Lista dos indiciados e os crimes atribuídos

A lista dos indiciados apresenta, entre outros, os seguintes nomes e as acusações que enfrentam:

  • Carlos Nantes Bolsonaro – Organização Criminosa Armada
  • Alexandre Ramagem Rodrigues – Peculato-Desvio, Interceptação de Comunicações Telemáticas sem Autorização Judicial, Violação de Sigilo Funcional Qualificada, Prevaricação com Corrupção Passiva Privilegiada
  • Felipe Arlotta Freitas – Organização Criminosa, Corrupção Passiva, Lavagem de Dinheiro, Peculato-Desvio, Prevaricação
  • Luiz Fernando Corrêa – Embaraço à Investigação, Prevaricação, Coação no Curso do Processo
  • Rogério Beraldo de Almeida – Organização Criminosa

Essa é apenas uma amostra da extensa lista de indiciados, que inclui pessoas de diferentes cargos e funções que, segundo a PF, participaram do esquema ilegal de espionagem.

Impacto e importância da investigação

O indiciamento e a investigação em curso são momentos significativos que refletem um esforço das autoridades brasileiras para esclarecer as acusações de abuso de poder durante o governo passado. Há um apelo crescente por transparência e responsabilização, uma vez que a utilização de estruturas estatais para monitorar adversários políticos é uma grave violação dos princípios democráticos e dos direitos humanos.

A operação “Abin Paralela” e os indiciamentos representam não apenas um marco na luta contra a corrupção e o uso irregular de instituições públicas, mas também um alerta para que o Brasil não repita erros do passado em sua busca por justiça e garantia dos direitos de todos os cidadãos. O desenrolar desse caso será acompanhado de perto pela sociedade civil, que espera que as investigações sejam conduzidas com rigor e imparcialidade, sem interferências políticas.

Os próximos passos, incluindo a manifestação da PGR e possíveis novos indiciamentos, deverão ser observados com atenção, uma vez que podem impactar o futuro político de figuras proeminentes e trazer à tona mais detalhes sobre o funcionamento do sistema de espionagem.

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