O Brasil passou a ocupar a segunda colocação no ranking mundial de maiores juros reais, após a recente alta da taxa Selic, divulgada nesta quarta-feira (18) pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A taxa básica de juros subiu 0,25 ponto percentual, chegando a 15% ao ano, a maior desde junho de 2006.
Entenda o que é o juro real e a nova colocação do Brasil
O juro real é calculado ao descontar a inflação prevista para os próximos 12 meses da taxa de juros nominal. Com a atualização, os juros reais do Brasil atingiram 9,53%, consolidando a segunda posição no levantamento do MoneYou, atrás apenas da Turquia, com 14,44%, e à frente de países como a Rússia, com 7,63%.
A Turquia mantém a liderança com a maior taxa real do mundo, enquanto a Argentina subiu do oitavo para a quarta colocação, com juros reais de 6,70%. O crescimento do juro real argentino foi impulsionado pelo aumento das taxas, que passaram de 3,92% em maio para o atual patamar.
Contexto econômico e fatores que influenciaram a alta da Selic
O Copom justificou o aumento da taxa de juros pela necessidade de controlar a inflação e ajustar a política monetária às incertezas econômicas internas e globais. Segundo o documento divulgado, a guerra comercial entre Estados Unidos e China, além da resistência inflacionária no Brasil, contribuíram para a decisão.
De acordo com a análise do MoneYou, a guerra comercial, deflagrada pelos EUA em resposta às políticas protecionistas implementadas pelo governo de Donald Trump, ajudou a conter a valorização do dólar e evitou pressões inflacionárias adicionais no câmbio brasileiro.
Comparativo com outros países e cenário internacional
Ao considerar os juros nominais — aqueles sem a dedução da inflação — o Brasil permanece na quarta posição, com uma taxa de 15%. Os líderes da lista são a Turquia, com 46%, seguida pela Argentina, com 29%, e Rússia, com 20%.
Entre os principais países desenvolvidos, o Japão apresenta a menor taxa nominal, de apenas 0,5%, e a Suíça, 0,25%, refletindo o cenário de políticas monetárias mais frouxas na Europa e Ásia.
Repercussões e reflexos para a economia brasileira
A alta na taxa Selic tende a impactar o custo do crédito, elevando as taxas de financiamento para consumidores e empresas. Especialistas acreditam que a medida visa conter a inflação e estabilizar o cenário econômico, embora possa frear o crescimento.
Segundo o documento do MoneYou, o cenário de incertezas ainda persiste, especialmente no que diz respeito às finanças públicas e ao preço de itens essenciais, como alimentos no curto prazo.
O aumento da taxa básica de juros constitui a sétima elevação consecutiva, refletindo a estratégia do Banco Central de enfrentar a inflação e estabilizar a moeda, mesmo diante das pressões do cenário externo.
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