No último sábado, o ex-presidente Donald Trump realizou um desfile e uma celebração para marcar os 250 anos do Exército dos Estados Unidos, evento que gerou ampla controvérsia e opiniões divididas entre militares e veteranos. Ao todo, participaram cerca de 6.600 tropas, com 150 veículos militares e mais de 50 aeronaves, cujo custo foi estimado entre US$ 25 milhões e US$ 45 milhões. Enquanto alguns apoiaram a homenagem, muitos ex-militares criticaram duramente a iniciativa, considerando-a uma exibição de ego e desperdício de recursos públicos.
Opiniões de militares aposentados e em serviço sobre o desfile de Trump
Ao longo da semana, centenas de veteranos e militares ativos compartilharam suas impressões sobre o evento e a postura do ex-presidente em relação às forças armadas. A maioria concorda que a celebração foi uma demonstração vazia e uma afronta ao espírito militar.
“Trump é a maior ameaça que este país enfrentou”, afirmou um ex-militar dos anos 80. Outro veterano, um Marine de 2007 a 2016, descreveu o desfile como “uma vergonha que apenas elevou seu ego”, acrescentando que teria se recusado a participar impossibilitado de demonstrar respeito a um líder que nunca ajudou os militares de verdade.
Desrespeito e desperdício criticados por veteranos
Um veterano com mais de 20 anos de serviço, atualmente aposentado, disse que a celebração deveria ter sido evitada, classificando-a como “um show de vaidade de Trump”. “Não somos Coreia do Norte, China ou Rússia. Celebramos nossas vitórias em ocasiões apropriadas, não por capricho de um ‘líder querido'”, completou.
Outro ex-integrante das forças armadas comentou: “Foi um desperdício de dinheiro e uma cena deprimente. Nosso dinheiro é melhor investido na melhoria das condições das bases, na assistência aos veteranos ou na saúde mental dos soldados”.
Críticas à postura política e à priorização dos interesses pessoais
Muitos veteranos destacaram o caráter político do evento, lembrando que o parade era uma provocação de vaidade. “Se fosse realmente ‘sobre os soldados’, o desfile poderia ser na data do aniversário do Corpo de Fuzileiros Navais, não para promover o ego de Trump”, afirma um ex-membro das forças navais.
“Esse desfile foi uma tentativa de promover um líder autoritário, um espetáculo de vaidade que não condiz com os valores militares”, disse outro veterano aposentado. “Dinheiro gasto com isso deveria ter sido destinado ao apoio às famílias dos militares e à modernização do equipamento”, reforçou.
Reações emocionais e relatos pessoais
Vários militares, tanto ativos quanto veteranos, expressaram sentimentos de frustração, vergonha e tristeza. “Fiquei chateado por perder a oportunidade de participar, e por ver meus colegas obrigados a participar de uma exibição que só serviu ao ego de uma pessoa que claramente desrespeita a nossa história”, lamentou um soldado em serviço atualmente na capital.
Alguns destacaram, ainda, que “militares não são palhaços ou personagens de propaganda, e o uso de nossas forças para autopromoção é perigoso para a imagem das forças armadas e para a segurança nacional”.
Perspectivas futuras e impacto na imagem do Exército
Especialistas e veteranos concordam que o episódio deixou uma marca negativa na percepção pública das forças armadas. “Um desfile desse tipo, promovido por um líder que demonstra desdém pelos valores democráticos, compromete a credibilidade das forças militares perante a sociedade”, afirmou um analista político.
O evento também reacendeu debates sobre o uso político do militares e como essa postura influencia a confiança do público nas instituições. “Esperamos uma postura mais alinhada à Constituição e ao respeito mútuo entre civis e militares”, destacou um veterano aposentado.
Enquanto o país observa esses desdobramentos, a opinião pública permanece dividida, com muitos questionando se ações como o desfile ajudam ou prejudicam a imagem das forças armadas dos EUA e os princípios democráticos do país.
