O Papa Leo XIV destacou nesta segunda-feira, 16 de junho de 2025, a importância do testemunho de Floribert Bwana Chui, mártir congolês beatificado em Roma, como exemplo de coragem, fé e moralidade para jovens e leigos na África e no mundo. A cerimônia de beatificação ocorreu no domingo, 15 de junho, na Basílica de São Paulo Outside the Walls, na cidade de Goma, República Democrática do Congo.
O testemunho de coragem e fé de Floribert Bwana Chui
Floribert Bwana Chui nasceu em 13 de junho de 1981, em Goma, e foi assassinado em julho de 2007, aos 26 anos, por resistir à corrupção no controle aduaneiro. Membro da Comunidade de Sant’Egidio, ele se destacou por sua integridade, recusando se corrompido e preferindo enfrentar o perigo em nome de seus valores cristãos. Segundo relatos, ele preferiu morrer a permitir a entrada de alimentos contaminados ou sem documentação adequada na República Democrática do Congo.
Durante a audiência geral desta segunda-feira, o pontífice ressaltou: “Este jovem africano demonstra como a fé pode fortalecer a coragem moral, mesmo em contextos de violência e corrupção.”
O papel dos jovens e leigos na paz e na justiça
O Papa Leo XIV enfatizou que Floribert Chui é um exemplo vivo de que a juventude pode ser agente de paz em regiões marcadas por conflitos, como a região de Kivu. “Ele viveu a espiritualidade de oração, serviço aos pobres e busca pela paz, refletida na sua conduta diária”, afirmou o líder da Igreja Católica. O pontífice também pediu que a intercessão da Virgem Maria e de Floribert Chui traga esperança e paz à África, especialmente às regiões afetadas pelas crises.
O martírio de Floribert foi oficialmente reconhecido pelo Papa Francisco em novembro de 2024, que autorizou a publicação do decreto de beatificação. Proveniente de uma família rica, ele dedicou sua vida ao estudo de leis e economia, e se engajou na solidariedade aos mais pobres
Legado e impacto na Igreja e na sociedade
Floribert Bwana Chui exemplifica a atuação do leigo na missão evangelizadora, auxiliando na construção de uma sociedade mais ética e fraterna. Seu exemplo reforça que o combate à corrupção e a defesa da integridade moral são elementos essenciais na promoção da justiça social. Sua coragem também inspira jovens a participarem ativamente na transformação de suas comunidades, apoiados na fé.
Os restos mortais do mártir serão transferidos ao local de maior acesso para os fiéis, seguido de uma procissão e missa na Catedral de Goma, sob a presidência do bispo Willy Ngumbi Ngengele.
A beatificação de Floribert faz dele o quarto mártir congolês reconhecido oficialmente pela Igreja, após irmã Marie-Clémentine Anuarite Nengapeta, o leigo Isidore Bakanja e o padre Albert Joubert, ambos exemplos de fidelidade e coragem no testemunho cristão na República Democrática do Congo.
Perspectivas de esperança e renovação
Segundo fontes da Igreja local, o reconhecimento do exemplo de Floribert impulsiona ações de educação na moral e ética, promovendo uma cultura de paz e honestidade entre os jovens. Sua história reafirma que a fé pode gerar ações transformadoras, capazes de superar dificuldades e enfrentar os desafios de uma sociedade marcada por conflitos e corrupção.
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