Brasil, 19 de junho de 2025
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Rio Grande do Sul enfrenta fortes chuvas e alagamentos

Fortes chuvas causam novas enxurradas e alagamentos no Rio Grande do Sul, afetando áreas que ainda se recuperam de tragédias anteriores.

As fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul desde o início da semana voltaram a provocar alagamentos e elevar o nível de importantes rios do estado, afetando regiões que ainda tentam se recuperar das enchentes de 2024. A combinação de precipitações intensas e solo já saturado resultou em um cenário preocupante para as autoridades e a população local.

Impactos das chuvas

Entre terça (17/6) e esta quarta-feira (18/6), Porto Alegre acumulou 106,5 milímetros de chuva, praticamente alcançando a média histórica de junho, que é de 115 mm. Ao todo, 51 municípios registraram ocorrências relacionadas às chuvas desde o início da semana, incluindo quedas de árvores, interrupções no fornecimento de água e energia, e danos a estradas e pontes. Segundo a Defesa Civil estadual, mais de 2.300 pessoas estão fora de suas casas, com cerca de mil abrigadas em locais públicos.

Municípios mais afetados

Um dos municípios mais impactados é Jaguari, onde aproximadamente 1.200 pessoas foram desalojadas devido à força das chuvas. Embora o volume da água seja significativo, meteorologistas afirmam que, por enquanto, o atual episódio não deve atingir a mesma gravidade da enchente de maio de 2024.

Em Lajeado, no Vale do Taquari, o rio que dá nome à região ultrapassou a cota de inundação nesta quarta-feira, alcançando 19,33 metros, sendo que o limite para transbordamento é de 19 metros. A média histórica para a cidade gira em torno de 13 metros. No ano passado, durante a maior tragédia climática já registrada no estado, o Taquari ultrapassou os 30 metros, causando inundações severas.

Muçum, outra cidade severamente afetada em 2024, registra níveis de quase 11 metros no mesmo rio. A Defesa Civil acompanha a situação, que, por ora, apresenta tendência de estabilização e queda. No Vale do Caí, as preocupações se mantêm. O rio Caí, em São Sebastião do Caí, está 13 centímetros acima da cota de inundação, com 10,37 metros registrados nesta quarta.

Tragédias recentes

Infelizmente, o número de vítimas das chuvas aumentou para dois, após a confirmação de mortes de uma mulher e um homem em Candelária. As vítimas tentaram atravessar, em um Gol, uma área alagada pela correnteza do Arroio Minhoquinha, em Linha Curitiba. A perda de vidas em decorrência de desastres naturais ressalta a urgência de medidas de mitigação e a importância de informações confiáveis às populações em risco.

Situação na Região Metropolitana

Em Canoas, a chuva forte durante a madrugada trouxe transtornos. Em apenas quatro horas, foram registrados 69 milímetros de precipitação, superando a previsão do dia. Pelo menos 117 pessoas estão fora de casa, com 28 desabrigadas e 89 desalojadas. A prefeitura abriu um abrigo emergencial no ginásio São Luís, com capacidade para 150 pessoas.

Embora haja pontos de alagamento, a administração municipal afirma que não há risco de grandes enchentes, como as que ocorreram em outras regiões. Equipes da Defesa Civil e da Secretaria de Obras continuam a trabalhar na limpeza de galerias pluviais e na drenagem das áreas afetadas.

A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Mathias Velho precisou interromper os atendimentos devido ao alagamento nas ruas de acesso, e os pacientes estão sendo encaminhados ao Hospital Nossa Senhora das Graças. A suspensão das aulas nas escolas da rede municipal também foi determinada por questões de segurança.

A situação dos rios

No restante da Região Metropolitana, os rios continuam em elevação, mas ainda abaixo das cotas de transbordamento. O Rio dos Sinos, em São Leopoldo, marca 3,44 metros, enquanto o lago Guaíba, em Porto Alegre, registra 2,07 metros, ainda longe da cota de inundação de 3,60 metros. A preocupação agora é com as águas que descem das regiões mais ao norte.

Nível do Rio Guaíba
Nível do Rio Guaíba

Alertas e previsões

A previsão para os próximos dias mantém o Rio Grande do Sul em estado de alerta. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) informa que um bloqueio atmosférico é o principal responsável pelas chuvas que atingem o estado desde o início da semana. Este fenômeno impede a movimentação das frentes de nebulosidade, tornando o tempo instável e favorecendo a ocorrência de temporais.

A expectativa é que esse sistema continue influenciando o clima no Rio Grande do Sul até esta sexta-feira (20/6), quando deverá se deslocar em direção a Santa Catarina. Até lá, o risco de novos alagamentos e outros transtornos permanece, especialmente nas regiões norte e noroeste, onde se esperam os maiores acumulados de chuva até a quinta-feira (19/6).

Adicionalmente, existe a possibilidade de formação de um ciclone extratropical, resultado da interação entre a baixa pressão sobre o estado e o deslocamento do sistema para o oceano, o que poderia intensificar ainda mais os efeitos dessas chuvas.

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