O escritor e editor César Bravo, de 47 anos, começou a dedicar-se à indústria criativa em 2011, quando decidiu publicar seus livros de forma independente. Após anos trabalhando como farmacêutico bioquímico, há cerca de cinco anos ele optou por largar a carreira para viver exclusivamente de sua paixão pelo mercado editorial.
A trajetória de César Bravo na indústria criativa
“Sou muito grato e feliz por conseguir viver do que eu gosto. Não sou um cara do mercado tradicional, não adianta. Eu servi ao mercado tradicional por muito tempo [indústria farmacêutica], mas nunca foi onde eu me sentia feliz”, relata César. Ele trabalha de casa, com a filha de 8 anos sempre presente, que além de filha, é sua fã e leitora.
O setor da indústria criativa no Brasil
Bravo é um exemplo de um dos milhões de brasileiros que atuam na chamada indústria criativa, setor que abrange atividades de arte, cultura, tecnologia, moda, publicidade e inovação. Segundo levantamento da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), essa indústria movimentou R$ 393,3 bilhões em 2023, respondendo por 3,59% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
Segmentos e crescimento do setor
O maior segmento da indústria criativa é o de consumo, que inclui publicidade, arquitetura, design e moda. Outros segmentos relevantes são tecnologia, mídia e cultura. Entre as regiões, São Paulo e o Rio de Janeiro lideram com participação de 5,3% e 5,2% do PIB estadual, respectivamente. Em contraste, estados como Maranhão, Tocantins, Rondônia, Acre e Alagoas apresentam participações abaixo de 1%.
Maior empregabilidade e potencial de desenvolvimento
Em 2023, a indústria criativa empregava cerca de 1,26 milhão de pessoas, com destaque para publicidade, pesquisa, TIC, arquitetura e design. O setor apresentou crescimento de 6,1% na geração de empregos em relação a 2022, bem acima da média nacional de 3,6%. Carreiras como analista de e-commerce, mídias digitais e produtores culturais tiveram crescimento expressivo, refletindo o aumento da demanda por inovação e criatividade no mercado.
“Isso é muito interessante porque não são trabalhadores somente em empresas criativas, mas também em diversas outras indústrias, mostrando o valor do trabalhador criativo para o Brasil”, comenta Júlia Zardo, coordenadora da pesquisa.
Perspectivas e impulsionadores do setor
A expectativa é de crescimento contínuo, impulsionado por políticas públicas de estímulo, como a Lei Paulo Gustavo, e ações que promovem a descentralização de recursos. A pesquisadora Júlia Zardo destaca que esses fatores devem impactar positivamente a indústria criativa nos próximos anos, consolidando sua importância na economia brasileira.
Para mais detalhes, confira a matéria completa na Agência Brasil.