No dia 17 de junho de 2025, o Papa Leão XIV encontrou-se com a Conferência Episcopal Italiana, onde fez um apelo à união entre os bispos e à adoção de uma mentalidade sinodal. O discurso enfatizou a importância de não temer escolhas corajosas que envolvam estar mais próximos das pessoas, compartilhar vidas e servir aos pobres, destacando o futuro da Igreja sob um novo paradigma de participação e comunhão.
A importância da sinodalidade na Igreja
Durante seu discurso, o Santo Padre lembrou a necessidade de avançar em unidade, especialmente em relação ao Caminho Sinodal, que tem sido um tema central na Igreja Católica nos últimos anos. “Avancem em unidade, pensando especialmente no Caminho Sinodal”, disse Leão XIV, enfatizando a urgência de transformar a sinodalidade em uma mentalidade arraigada no coração dos fiéis e nas decisões e ações da Igreja.
A II Assembleia Sinodal da Itália, que ocorreu entre 31 de março e 3 de abril, terminou sem a aprovação do documento de conclusões, decisão que foi adiada para outubro. Isso mostra que ainda há desafios a serem superados para que a sinodalidade se torne uma prática efetiva e integrada na vida da Igreja.
Escolhas corajosas para um futuro promissor
O Papa lançou um desafio aos bispos: “Olhem para o amanhã com serenidade e não tenham medo de escolhas corajosas”, reforçando a ideia de que essas escolhas devem incluir uma maior proximidade com as pessoas e a disposição para caminhar lado a lado com os mais necessitados. Ele destacou que a sinodalidade deve ser acompanhada por ações concretas de serviço e solidariedade.
Em Portugal, iniciativas como a Rede Sinodal estão sendo desenvolvidas para centralizar informações e facilitar a comunicação sobre o processo sinodal, promovendo a participação ativa dos fiéis. O projeto “No coração da esperança”, que conta com o apoio de diversas mídias, reflete essa nova abordagem de envolvimento comunitário e diálogo.
Reflexões sobre o clericalismo e a mudança de mentalidade
O teólogo checo Tomáš Halík, entrevistado na Rede Sinodal em Portugal, comentou sobre a necessidade de libertar a Igreja do clericalismo, que muitas vezes inibe a verdadeira participação do povo de Deus nas decisões e processos. Ele sugere que a sinodalidade deve ser vista como um espaço de diálogo e reflexão, onde todos têm voz e responsabilidade.
Halík criticou a expectativa irrealista de que o Sínodo resolverá todos os problemas da Igreja de uma vez. Em vez disso, ele apresentou a sinodalidade como um meio de inspiração e um convite à ação, e não apenas como um evento pontual. “Não devemos ter expectativas irrealistas, mas sim assumir a nossa própria responsabilidade”, disse ele.
Os próximos passos para implementar as diretrizes do Sínodo
O Documento Final do Sínodo, que foi aprovado no dia 26 de outubro de 2024, traz a síntese de três anos de escuta e diálogo na Igreja. Com 155 pontos abordando questões práticas e espirituais, o documento é um convite à reflexão sobre o tema “Por uma Igreja sinodal: participação, comunhão e missão”.
A implementação deste processo está em andamento, com a Secretaria Geral do Sínodo publicando uma carta que sugere a consolidação do caminho percorrido entre 2021 e 2024. O objetivo é iniciar um trabalho nas igrejas locais em 2025, culminando em uma Assembleia Eclesial prevista para 2028 em Roma. Este é um esforço contínuo que visa não apenas mudanças estéticas, mas transformações profundas que envolvem a estrutura e a cultura da Igreja.
A reflexão contínua sobre a sinodalidade, seu significado e aplicação prática é essencial para a revitalização e renovação da Igreja Católica, à medida que ela se adapta aos desafios contemporâneos e busca atender às necessidades espirituais e sociais do mundo.
Laudetur Iesus Christus
