Brasil, 18 de junho de 2025
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Governo Lula alcança empate em sessão do Congresso com adiamentos estratégicos

A sessão do Congresso dessa terça-feira trouxe desafios e acordos que garantiram vitórias parciais ao governo Lula.

A sessão do Congresso desta terça-feira (17/6) trouxe um resultado agridoce para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A sessão, marcada por um clima de hostilidade no dia anterior, levou o Planalto a buscar uma estratégia conciliatória, convocando o presidente do Legislativo, Davi Alcolumbre (União-AP), para adiar vetos polêmicos que poderiam levar a derrotas significativas.

Resultados da sessão do Congresso

De acordo com líderes que conversaram com o Metrópoles, o resultado da sessão pode ser visto como um empate com gosto de vitória para o Executivo. O Congresso adiou total ou parcialmente a análise de 30 vetos presidenciais que tinham altas chances de serem derrubados. Entre os principais destaques estavam:

  • O veto ao projeto de renegociação da dívida dos estados, conhecido como Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag);
  • A exigência de relatórios de transparência trimestrais, uma emenda do deputado Amom Mandel (Cidadania-AM) na LDO;
  • O incentivo fiscal para jogos eletrônicos brasileiros independentes, que oferecia abatimento de 70% no Imposto de Renda sobre remessas ao exterior;
  • As normas mais rigorosas para a concessão do Benefício de Prestação Continuada (BPC);
  • A regulamentação da reforma tributária que, entre outras coisas, previa tributação de aluguel de espaço físico e a diminuição de impostos na exportação de produtos nocivos;
  • A inclusão da diabetes tipo 1 como deficiência, que poderia aumentar despesas obrigatórias sem previsão orçamentária.

Acordo e estratégia do governo

O acordo que possibilitou o adiamento foi articulado pelo líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT-AP), em conjunto com Davi Alcolumbre. A estratégia se baseou na esperança de evitar uma repetição da sessão de maio de 2024, quando o Planalto enfrentou uma derrota sem precedentes ao perder até mesmo o veto à saída temporária de presos, algo visto como uma questão de honra.

Contexto de insatisfação e negociações

O clima antes da sessão estava pesado, uma vez que o governo conseguiu evitar que o reajuste do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) fosse derrubado. Além disso, houve descontentamento generalizado devido ao atraso no pagamento de emendas parlamentares. A expectativa de que a liberação de verbas aconteceria contribuiu para que os parlamentares ficassem mais abertos a acordos.

Davi Alcolumbre, que preside tanto o Senado quanto o Congresso, mencionou a necessidade de tempo para que o governo siga com as negociações, afirmando que existiria até o dia 17 de julho para novas sessões antes do recesso parlamentar. Todos esses vetos ainda pendentes indicam a importância do consenso nas lideranças partidárias.

Derrotas do governo e vitórias parciais

Apesar dos avanços, o governo teve que abrir mão de algumas medidas importantes. O Congresso derrubou vetos relacionados à correção do fundo eleitoral pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e ao uso de recursos federais em rodovias estaduais.

Randolfe Rodrigues, líder do governo, declarou que a sessão trouxe resultados favoráveis: “236 vetos foram mantidos e apenas 36 foram derrubados, em acordos com o governo. Um desses vetos, o 02/2025, que dá suporte a mães afetadas pelo Zika vírus, foi chancelado pelo presidente e será regulamentado.”

Em meio a um cenário político conturbado, o governo Lula respira um pouco mais aliviado, mas sabe que muitos desafios ainda estão por vir nas próximas semanas.

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