A vereadora Elisane Rodrigues dos Santos, de 49 anos, foi encontrada morta com vários golpes de faca na manhã desta terça-feira (17/6) em uma estrada de terra no interior de Formigueiro, no Rio Grande do Sul. O corpo estava ao lado do carro da parlamentar, levantando questionamentos sobre as circunstâncias do crime e a segurança dos políticos da região.
Investigação do assassinato
Elisane, que era filiada ao Partido dos Trabalhadores (PT), era a única mulher entre os nove vereadores do município e havia participado de uma sessão na Câmara na noite anterior, na segunda-feira (16/6). A Polícia Civil do Rio Grande do Sul (PCRS) acredita que o crime ocorreu durante a madrugada, mas ainda não há suspeitos definidos.
“Suspeitamos que as agressões tenham começado dentro do carro, já que há sangue no para-brisa e no banco. Imagino que ela tenha caído ao lado do carro depois”, afirmou o delegado Antonio Firmino, responsável pela investigação.
A Polícia Civil descartou a hipótese de latrocínio, uma vez que nenhum objeto pessoal da vítima foi levado. A bolsa, celular, dinheiro e cartões estavam intactos em seu veículo. A principal linha de investigação indica que Elisane pode ter sido atraída por alguém que conhecia, o que levanta preocupações sobre relacionamentos pessoais e segurança.
Detalhes sobre a vítima e suas contribuições
A vereadora era enfermeira, auxiliar de análises clínicas e trabalhava como funcionária pública no hospital da cidade. Eleita no ano passado para seu primeiro mandato, Elisane era uma defensora ativa da causa Quilombola, representando a maior comunidade deste tipo no estado do Rio Grande do Sul.
Seus colegas e o comunidade sentiram a perda profundamente. Em nota, o presidente da Assembleia Legislativa do RS, deputado Valdeci Oliveira (PT), expressou suas condolências e solidariedade à família. Ele destacou o impacto da morte de Elisane, que havia sido homenageada em março deste ano com o Prêmio Mulheres de Luta 2025.
“Mesmo ainda impactados pela notícia, desde já, nós nos somamos aos familiares, amigos e colegas de trabalho no pedido por justiça e por punição ao responsável por esse crime bárbaro”, ressaltou.
Movimento político e repercussões
O assassinato de Elisane não apenas afeta sua comunidade em Formigueiro, mas também levanta questões mais amplas sobre a segurança de mulheres na política e a violência contra políticos no Brasil. Casos semelhantes têm se tornado frequentes, evidenciando a necessidade de medidas de segurança mais eficazes e proteção para aqueles que exercem cargos públicos.
A Polícia Civil segue em busca de informações que possam esclarecer os motivos e as circunstâncias do assassinato. O Instituto-Geral de Perícias (IGP) de Santa Maria está realizando os trabalhos periciais no local do crime, e a comunidade espera justiça o mais rápido possível.
A morte de Elisane Rodrigues dos Santos é um trágico lembrete dos riscos enfrentados por muitos que se comprometem a servir suas comunidades. A luta por justiça e segurança deve continuar, não só para honrar sua memória, mas também para garantir que tragédias como essa não voltem a acontecer.
Por fim, a sociedade brasileira precisa refletir sobre como podemos criar um ambiente mais seguro para todos os cidadãos, especialmente para as mulheres envolvidas na política, e trabalhar coletivamente para um futuro onde a violência não tenha lugar.
