Brasil, 18 de junho de 2025
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Inteligência artificial ganha espaço na busca por notícias

Pesquisa indica que cada vez mais brasileiros estão utilizando chatbots de IA para acompanhar as notícias do dia a dia.

A inteligência artificial, em especial os chatbots como o ChatGPT, está se tornando uma ferramenta cada vez mais utilizada pelos brasileiros para acompanhar as notícias diárias. Um relatório do Instituto Reuters para o Estudo do Jornalismo, divulgado esta semana, revelou que uma parcela significativa da população está se voltando para essas tecnologias para se manter informada. O estudo, considerado essencial para entender a evolução dos meios de comunicação, mostra uma tendência crescente no uso de chatbots para obter informações relevantes e atualizadas.

O crescimento do uso de chatbots para notícias

De acordo com a pesquisa, que abrangeu 97 mil pessoas em 48 países, apenas 7% dos entrevistados relataram utilizar inteligência artificial para encontrar notícias. No entanto, essa taxa é mais alta entre os jovens, com 12% dos menores de 35 anos e 15% dos menores de 25 anos utilizando esse recurso. O ChatGPT, desenvolvido pela OpenAI, lidera a lista como o chatbot mais utilizado, seguido pelo Gemini do Google e pelo Llama da Meta.

Os entrevistados destacaram a maneira como os chatbots oferecem um noticiário relevante e personalizado, o que tem se mostrado atraente. Muitos usuários utilizam a IA para resumir (27%), traduzir (24%) ou recomendar (21%) artigos, e cerca de um em cada cinco questiona sobre eventos atuais, demostrando um interesse genuíno em manter-se informado através dessas ferramentas.

Desafios e desconfianças em relação à IA

Apesar do crescimento no uso de chatbots, a desconfiança ainda é uma questão relevante. Os participantes da pesquisa expressaram preocupações sobre o fato de que a inteligência artificial pode tornar as notícias menos transparentes, menos precisas e menos confiáveis. Os modelos de linguagem, como os LLMs (Large Language Models), embora capazes de gerar textos e imagens em resposta a consultas feitas em linguagem natural, enfrentam problemas relacionados a “alucinações” — situações em que a IA cria informações que, embora coerentes com os padrões de seus dados de treinamento, são falsas.

Parcerias entre organizações de notícias e desenvolvedores de IA

Em busca de novas fontes de receita em um mercado que enfrenta desafios, algumas organizações de notícias estão firmando parcerias com desenvolvedores de modelos de IA. Por exemplo, a Agence France-Presse (AFP) permitiu que a plataforma da empresa francesa de IA Mistral acessasse seu arquivo de reportagens. Por outro lado, algumas mídias têm buscado reparação judicial contra fabricantes de IA, como o New York Times, que processou a OpenAI devido ao uso não autorizado de seu conteúdo.

A evolução da busca por notícias nas redes sociais

O relatório do Instituto Reuters também observa que os meios tradicionais, como televisão, rádio e jornais, estão perdendo espaço para redes sociais e plataformas de compartilhamento de vídeo. Quase metade dos jovens entre 18 e 24 anos afirma que redes sociais, como TikTok, são suas principais fontes de notícias, especialmente em países em desenvolvimento como Brasil, Índia e Indonésia.

Além disso, muitos continuam utilizando a plataforma X, anteriormente conhecida como Twitter, para se informar, apesar de uma mudança à direita significada pela aquisição de Elon Musk. O relatório indica que 23% dos cidadãos americanos utilizam a X para notícias, um aumento de 8% em relação ao ano anterior, refletindo uma tendência crescente também em outros países como Austrália e Polônia.

O panorama das redes sociais em comparação com plataformas concorrentes

Por outro lado, redes concorrentes como Threads, Bluesky e Mastodon têm mostrado pouco impacto global, alcançando uma taxa de engajamento de notícias de 2% ou menos. Isso demonstra que, apesar do crescimento das ferramentas de IA, as redes sociais tradicionais ainda dominam a forma como muitas pessoas consomem notícias.

À medida que a tecnologia avança, a interseção entre inteligência artificial e jornalismo se torna cada vez mais relevante. Tanto os consumidores de notícias quanto os produtores de conteúdo terão que navegar entre as oportunidades e os desafios que essa evolução traz.

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