Brasil, 17 de junho de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Manifestantes protestam contra leilão de blocos de petróleo na ANP

Mais de 200 pessoas se mobilizam contra a oferta de 172 blocos petrolíferos, especialmente na região da Margem Equatorial, por riscos ambientais e socioambientais

Na manhã desta terça-feira, um grupo de mais de 200 manifestantes realizou protesto contra o leilão de blocos de petróleo promovido pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) em um hotel na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Os ativistas criticam a realização do certame, que oferece 172 blocos para concessão de petróleo e gás, com destaque para 63 áreas na Margem Equatorial, considerado nova fronteira do petróleo brasileiro.

Controvérsia e questões ambientais no leilão de blocos

O leilão visa a concessão de blocos na Margem Equatorial, uma extensa área marítima entre o Rio Grande do Norte e o Amapá, com reservas potenciais de cerca de 10 bilhões de barris de petróleo. Contudo, o ecossistema marinho da região é altamente sensível, podendo ser prejudicado em caso de vazamento de óleo.

Organizações ambientais e indígenas entraram na Justiça para tentar suspender o leilão. O Ministério Público Federal do Pará abriu processos contra a União e a ANP para impedir a oferta de 47 blocos na Foz do Amazonas, parte da Margem Equatorial, alegando que o procedimento foi iniciado sem que fossem cumpridas todas as medidas previstas na legislação socioambiental.

Impactos socioambientais e ações judiciais

O protesto também contou com a participação de representantes de comunidades de localidades próximas às áreas ofertadas, como Fernando de Noronha e regiões do Amapá. Vinicius Nora, gerente de Operações do Instituto Internacional Arayara, informou que as ações civis públicas reivindicam a retirada de 118 blocos do leilão, devido ao risco que as operações de exploração representam para territórios indígenas e unidades de conservação.

“Gostaríamos que o leilão nem começasse. Fomos impedidos de entrar e não conseguimos falar com representantes da ANP”, afirmou Nora. Ele ressaltou ainda a presença de três etnias indígenas próximas ao setor Parecis, em Mato Grosso, que participam da manifestação contra o certame.

Protesto contra leilão da ANP, que vai licitar 172 blocos, dos quais 63 na Margem Equatorial — Foto: Guido Moretto
Protesto contra leilão da ANP, que vai licitar 172 blocos, dos quais 63 na Margem Equatorial — Foto: Guido Moretto

Remoção de blocos e dificuldades na preparação para o leilão

O Ministério de Minas e Energia, ao divulgar o cronograma do leilão em fevereiro, informou que 145 blocos poderiam ser excluídos devido a manifestações ambientais, de acordo com estudos realizados pela pasta e pelo Ministério do Meio Ambiente. Bacias como Tucano e Paraná, que se encaixavam nesse perfil, não integram mais o certame.

Juliano Bueno, diretor do Instituto Internacional Arayara, alerta que a validade dos estudos ambientais das áreas permanece questionável, já que as notas conjuntas entre os órgãos envolventes vencerão nesta semana. “Quando assinam o contrato, as empresas podem não ter estudos válidos para o licenciamento”, disse Bueno, ressaltando que áreas sensíveis permanecem fora do leilão devido à falta de interesse das empresas.

Além do risco de irregularidades no processo, organizações como a Federação Única dos Petroleiros (FUC) e a Associação Nacional dos Petroleiros Acionistas Minoritários da Petrobrás (Anapetro) também entraram com ações judiciais para tentar impedir o edital, reforçando a resistência a uma operação considerada de alto impacto ambiental e social.

Mais informações sobre os protestos e o andamento do leilão podem ser consultadas na reportagem do O Globo.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes