A ex-professora da Universidade de Yale, Marci Shore, revelou nesta semana por que decidiu deixar os Estados Unidos após a reeleição de Donald Trump em 2024. Ela e seu marido, o especialista em tirania Timothy Snyder, mudaram-se para a Universidade de Toronto devido ao aumento do extremismo político no país.
Normalização do extremismo e perigo de guerra civil
Em entrevista ao The Guardian, Shore afirmou que começou a se sentir cada vez mais alarmada com a normalização do extremismo na política americana, incentivada pela postura afrontosa de Trump e sua estratégia de expor crimes de forma escancarada. “Meu medo é que estamos caminhando para uma guerra civil. Há muitas armas, muita violência armada”, advertiu. “Há uma habituização à violência que os europeus não entendem.”
Primeiros sinais e decisão de partir
Apesar de ter considerado deixar o país após a vitória de Trump em 2016, Shore explicou que seu marido acreditava que deveriam permanecer. No entanto, após o segundo mandato de Trump, ela disse ter tido uma compreensão clara de que não queria mais fazer parte daquele ambiente. “As pessoas que votaram em Trump na eleição de 2024 tiveram tempo suficiente para pensar, e optaram por isso. Esse desgosto era insuportável para mim, e decidi que não queria mais estar envolvida.”
Reação e perspectiva
Shore afirmou que o amor pelo país diminuiu à medida que ela testemunhava a aceitação e até mesmo a normalização da radicalização extrema. Sua saída, ela diz, também é uma tentativa de evitar a associação com um sistema que considera estar à beira de um colapso. “Este é um episódio que lembra os momentos mais sombrios da história, como 1933”, disse, referindo-se à ascensão do fascismo na Alemanha.
Impulsos e consequências
Para Shore, a decisão de deixar os EUA não foi apenas uma questão de preferência pessoal, mas uma questão de sobrevivência intelectual e moral. Sua mudança para o Canadá visa, também, continuar sua pesquisa e ensino em um ambiente que ela considera mais seguro e alinhado com seus princípios.
Caminho futuro e reflexão
Ao comentar suas escolhas, Shore reforçou que acredita na importância de aprender com o passado e de não tolerar as manifestações de extremismo em qualquer sociedade democrática. “A lição de 1933 é clara: quando você vê o perigo se aproximando, é melhor se retirar antes que seja tarde demais.”
Para mais detalhes, leia a entrevista completa no The Guardian.