Brasil, 17 de junho de 2025
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Jovem transgênero de 25 anos é detido por usar banheiro feminino na Carolina do Sul

Luca Strobel relata episódio traumatizante ao ser barrado, humilhado e preso após tentar usar banheiro feminino. Caso reacende debate sobre direitos trans no país.

No dia 16 de maio, Luca Strobel, de 25 anos, um homem trans residente na Carolina do Sul, viveu uma experiência angustiante que evidenciou a precariedade dos direitos de pessoas trans nos Estados Unidos. O episódio levou o jovem a refletir sobre sua segurança e a lançar uma campanha de arrecadação para deixar o estado.

Incidente e racismo: a violência de uma simples ida ao banheiro

Durante sua visita a um bar local para acompanhar uma amiga como motorista sóbrio, Luca precisava usar o banheiro. Como o masculino só possuía mictórios e nenhuma privada com privacidade, ele optou por entrar no banheiro feminino, que estava vazio. “Percebi que aquilo poderia ser uma armadilha e que eu estava prestes a sofrer uma violência”, relata em vídeo viral no TikTok.

Segundo Luca, o proprietário do bar entrou no recinto enquanto ele urinava, começou a gritar e a xingá-lo verbalmente, acusando-o de estar no banheiro errado. Após concluir, ele foi expulso do estabelecimento, sendo ofendido com insultos transfóbicos na rua. “Ele me empurrou, gritando ‘está aqui um homem fazendo higiene’ e soltando comentários preconceituosos”, descreve.

Detenção, violência policial e queixas de abuso de poder

Na saída, Luca foi cercado por policiais, que o acusaram de embriaguez e distúrbio patrimonial, alegando uma suposta briga. Durante a abordagem, ele relata que foi tratado com truculência: suas algemas foram apertadas ao ponto de causar dor, e ele foi considerado mandando às forças policiais. “Me chamaram de moça, menininha, enquanto me empurravam contra o chão”, afirma.

Após levá-lo à delegacia, os agentes não lhe informaram os direitos previstos na lei. Luca foi liberado após pagar uma fiança de 500 dólares, e aguarda julgamento; seu processo inclui uma audiência futura. A legislação local, contudo, é permissiva quanto ao uso do banheiro, não havendo leis específicas para determinar a preferência de uso por pessoas trans.

Contexto legal e político na Carolina do Sul

A Carolina do Sul é um dos sete estados nos Estados Unidos que proíbem o uso de banheiros públicos de acordo com a identidade de gênero. Numa dessas ações, a deputada republicana Nancy Mace propôs um projeto que restringiria ainda mais os direitos de trans na utilização de banheiros em propriedades federais. O cenário reforça a vulnerabilidade de pessoas trans na região.

Consequências físicas e emocionais do episódio

Após o acontecido, Luca relata sentir dores, hematomas e ansiedade causada pela violência policial. “Acordei com os dedos dormentes, confesso que estou assustado”, admite. O impacto emocional ainda reverbera, mas a decisão de falar publicamente sobre sua experiência também é uma forma de resistência.

Atuação por direitos e a busca por segurança

Por meio de uma campanha na plataforma GoFundMe, Luca mobiliza recursos para custear sua defesa legal e sair da Carolina do Sul. “Sinto um misto de tristeza e esperança. Comecei a entender que, se quero lutar pelos direitos da comunidade trans, preciso estar em um lugar onde me sinta protegido”, explica.

Transição, orgulho e esperança de mudança

A trajetória de Luca inclui sua transição, na qual realizou a cirurgia de redesignação sexual durante um momento difícil. “Ver meu corpo refletido do jeito que realmente sou foi uma das maiores felicidades da minha vida. A minha transição me salvou”, compartilha.

Ele ainda reforça seu compromisso de defender a causa trans: “Nossa existência pública incomoda quem quer nos excluir. A luta é contínua e necessária.”

Mensagem de resistência e esperança

Para quem ainda não compreende a urgência do combate à discriminação trans, Luca deixa um recado: “Prestem atenção às atitudes que afetam a todos. Os debates sobre banheiro deixam de existir quando usamos banheiros neutros. A questão nunca foi banheiro, mas a nossa existência.”

Este relato reforça a importância de visibilizar as violências enfrentadas por pessoas trans, especialmente em contextos onde seus direitos não são garantidos. A luta de Luca continua, com esperança de que seu exemplo possa inspirar mudanças e maior compreensão.

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