Brasil, 17 de junho de 2025
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Brasil sobe posições no ranking de competitividade global, mas ainda enfrenta desafios

Após quatro anos de queda, o Brasil avançou do 62º para o 58º lugar no ranking de competitividade do IMD, impulsionado por crescimento econômico e investimento externo

O Brasil registrou uma melhoria na sua posição no ranking de competitividade mundial elaborado pelo IMD, da Suíça, saindo do 62º para o 58º lugar, o melhor desde 2021. Apesar do avanço, o país continua entre os dez piores colocados entre as 69 economias avaliadas, com dificuldades estruturais persistentes.

Avanço puxado por emprego e capital estrangeiro

A melhora na classificação brasileira foi atribuída pelos pesquisadores sobretudo ao crescimento do PIB, à elevação da taxa de emprego e à entrada de capital externo. O documento destaca que o melhor desempenho do Brasil foi na área de “performance econômica”, na qual ocupou a 30ª colocação. Segundo a Fundação Dom Cabral (FDC), a alta está relacionada à melhora do ambiente macroeconômico, embora não reflita transformações profundas nas estruturas do país.

Indicadores positivos e setores em destaque

Entre os aspectos mais favoráveis, estão o fluxo de investimento direto estrangeiro, onde o Brasil ocupa a 5ª posição, e o crescimento de longo prazo de emprego, na 7ª colocação. Além disso, o país apresenta bom desempenho em energias renováveis (5º) e atividade empreendedora em estágio inicial (8º).

Pontos críticos e desafios estruturais

Por outro lado, o Brasil permanece entre os piores em áreas como educação, produtividade, custos de capital e abertura econômica. Nas subáreas de educação básica e habilidades linguísticas, o país ocupa a última posição, assim como em mão de obra qualificada e dívidas corporativas, ambas na 68ª colocação. Ainda nessa linha, o país aparece em 69º em custo de capital e 67º em exportações de serviços comerciais.

Desafios na eficiência e governança

Na análise da eficiência empresarial, o Brasil ficou na 56ª posição, enquanto na infraestrutura ocupa o 58º lugar. A piora foi registrada na área de eficiência governamental, na qual o país caiu para a 68ª colocação, diante de fatores como finanças públicas, sistema legal e burocracia. Para os especialistas, é fundamental reduzir o custo de capital, qualificar a mão de obra, abrir a economia e modernizar o ambiente regulatório, além de investir mais em educação básica e técnica.

Comparativo com países latino-americanos e emergentes

Na América Latina, o Brasil aparece à frente de Venezuela (69º), Argentina (62º) e Peru (60º), mas fica atrás de México (55º), Colômbia (54º) e Chile (42º). Entre as economias emergentes, China (16º) e Arábia Saudita (17º) lideram, enquanto a Índia aparece em 41º lugar. Países europeus e asiáticos, como Singapura e Hong Kong, continuam entre os mais bem posicionados, destacando investimentos em infraestrutura digital e inovação.

Impactos da era da inteligência artificial

O estudo também aponta que, na era da IA, a potencialidade do país pode passar a ser mais relevante para contratação do que competências específicas, que podem se tornar obsoletas em meses, segundo a própria inteligência artificial.

Para Hugo Tadeu, diretor do Núcleo de Inovação, IA e Tecnologias Digitais na Fundação Dom Cabral, “o crescimento do Brasil nos rankings recentes foi impulsionado por fatores conjunturais, mas ainda enfrenta desafios estruturais que precisam de atenção para garantir um desenvolvimento sustentável e competitivo”.

Perspectivas e próximos passos

O relatório recomenda priorizar investimentos em educação, reduzir custos de capital e promover maior abertura econômica para melhorar a eficiência governamental. A expectativa é que o Brasil continue evoluindo, mas a transformação profunda exige esforços contínuos na estrutura institucional e no ambiente de negócios.

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