Nos seis primeiros meses de 2025, o Fundo Amazônia aprovou mais de R$ 1,1 bilhão em recursos para projetos na região, um recorde e valor superior ao total aprovado ao longo de todo o ano passado. A novidade será apresentada nesta tarde aos membros do Comitê Orientador do Fundo Amazônia (Cofa), responsável pela governança do programa recolhendo fundos de países desenvolvidos para combater o desmatamento e a degradação florestal.
Revolução nos números e estratégias do Fundo Amazônia
Desde sua criação, em 2009, o Fundo já destinou R$ 5,6 bilhões para projetos na Amazônia, valor atualizado pelo IPCA. Nos últimos três anos, porém, quase metade desse montante foi aprovado, refletindo uma mudança na abordagem e na intensidade do financiamento. Segundo Tereza Campello, diretora Socioambiental do BNDES, essa estratégia visa fortalecer ações coordenadas e implementar projetos considerados estratégicos, alinhados ao Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal.
Projetos estratégicos e ações regionais
Para tornar os investimentos mais efetivos, o Fundo tem adotado ações por meio de editais específicos. Entre as prioridades está o projeto “Restaura Amazônia”, focado na região do arco do desmatamento, onde a fronteira agrícola avança sobre a floresta. Outros programas incluem o “Amazônia na escola”, que busca fortalecer a produção de alimentos sustentáveis e melhorar a alimentação escolar das comunidades locais; e o “Naturezas Quilombolas”, que promove acesso a água potável e iniciativa de fortalecimento das comunidades tradicionais.
Combate ao fogo e fiscalização
Fortalecer a estrutura de combate a incêndios na região também é uma meta. Segundo Tereza Campello, o programa de fortalecimento dos Corpos de Bombeiros e ações de prevenção de queimadas foi aprovado pelo Cofa como uma estratégia fundamental. No total, projetos ligados à fiscalização e combate ao desmatamento receberam quase R$ 826 milhões, impulsionando a atuação do Ibama, por exemplo, com aquisição de equipamentos e investimentos em inteligência para monitoramento em tempo real.
Resultados e impacto na agenda ambiental
Segundo Aloizio Mercadante, presidente do BNDES, o resultado de 2025 marca a retomada do Fundo Amazônia e uma nova fase de atuação, com projetos mais estratégicos e impactantes nas comunidades. A iniciativa reflete o compromisso do governo brasileiro de avançar na meta de zerar o desmatamento até 2030 e demonstrar ao mundo que, após anos de dificuldades, o programa voltou a prosperar, reforçando a política climática nacional.
Desafios e perspectivas futuras
O volume de recursos aprovados este semestre evidencia o esforço de fortalecer o monitoramento, fiscalização e atividades sustentáveis. Tereza Campello destaca que os critérios para concessão de recursos não reembolsáveis são rigorosos, garantindo que os projetos tenham gestão eficiente e alcancem as comunidades locais. Para isso, o fundo atua em parceria com institutos que coordenam iniciativas menores, assegurando capilaridade e abrangência regional.
Com o retorno da governança do Fundo e a expectativa de ampliar sua implementação, líderes mundiais serão convidados a visitar os programas na Amazônia, em preparação para a COP-30, que será realizada em Belém. O objetivo é mostrar ao mundo os avanços e a eficácia dos investimentos para proteger a floresta e promover o desenvolvimento sustentável na região.
Mais informações e detalhes sobre esses avanços podem ser acessados no fonte original.
