Depois de três meses desde sua vitória no Oscar de Melhor Actriz Coadjuvante pelo filme Emilia Pérez, Zoe Saldaña voltou a causar controvérsia ao afirmar que seu prêmio “é trans” e que “usa pronomes they/them”. A declaração gerou reações negativas entre público e ativistas, que questionam sua posição sobre direitos trans e a falta de apoio explícito durante seu discurso de aceitação.
Declaração de Zoe e a polêmica nas redes sociais
Nesta semana, durante a estreia do filme Elio em Los Angeles, Zoe comentou que seu Oscar “está em nosso escritório” e que “é gênero fluido” — adicionando que é “trans”.
Entretanto, internautas criticaram a atriz por sua fala, lembrando que ela não abordou temas trans na cerimônia de premiação ou em outras plataformas públicas durante o período de divulgação do filme. “Ela tinha a oportunidade de falar algo importante sobre os ataques aos direitos trans e simplesmente não fez isso”, comentou um usuário no Twitter.
Outro acrescentou que a declaração soou vazia, considerando o contexto político atual, onde leis anti-trans têm crescido em vários estados do país.
Repercussão e críticas à representação no filme Emilia Pérez
O filme Emilia Pérez, dirigido por Jacques Audiard, gerou forte repúdio por parte de grupos apoiadores da causa trans. A organização GLAAD criticou a obra, classificando-a como um “retrocesso na representação trans”, por reforçar estereótipos e clichês sobre a comunidade LGBTQ+. Segundo a entidade, a narrativa não contribui para uma discussão mais realista ou empática.
Além disso, a ausência de menções públicas de Zoe às questões trans durante sua trajetória de divulgação reforça a percepção de que a atriz não se posiciona de forma clara sobre esses temas. Algumas redes sociais chegaram a ironizar: “Zoë: meu troféu é um enby”, escreveu um usuário no Twitter, em referência à sigla que designa pessoas não binárias.
Impacto e expectativas para o futuro
Ativistas continuam cobrando de celebridades uma postura mais autêntica e engajada na defesa dos direitos trans. O silêncio de Zoe, segundo avaliadores, reforça a percepção de um distanciamento entre a representatividade nas telas e as ações no mundo real.
Especialistas apontam que a discussão em torno dos direitos trans no Brasil e no mundo ainda precisa de maior voz pública de figuras humanas atraentes ao grande público. Como o caso de Zoe Saldaña, que, apesar do reconhecimento, não conseguiu evitar a controvérsia ao usar sua plataforma para falar de sua “identidade” sem apoiar explicitamente a comunidade.
O tema deve permanecer em evidência à medida que o debate político e social sobre os direitos LGBTQ+ avança. Resta saber se as próximas cerimônias e declarações da atriz trarão mais engajamento ou reforçarão a polarização existente.