Brasil, 16 de junho de 2025
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Desempenho de Lula nas pesquisas reflete desafio similar ao de Bolsonaro

A avaliação negativa de Lula se assemelha àquela enfrentada por Bolsonaro em 2021, levantando questões sobre a reeleição do petista.

O atual cenário político do Brasil apresenta desafios significativos para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com taxas de desaprovação altíssimas, semelhantes às que Jair Bolsonaro enfrentava em seu terceiro ano de mandato, há uma crescente preocupação a respeito da reeleição do petista em 2026. Dados das pesquisas realizadas pela Quaest, Ipsos-Ipec e Datafolha revelam que, a um ano e meio da eleição, ambos os líderes possuíam 57% de desaprovação. Embora a trajetória de recuperação de Bolsonaro seja um indicativo de esperança, o ex-presidente não conseguiu transformar sua popularidade em um novo mandato. 

Um histórico parecido

Durante a gestão de Bolsonaro, as adversidades eram notoriamente amplificadas pela pandemia de Covid-19. Em 2021, ele lidava com crises agudas, incluindo a instauracão da CPI sobre a gestão da covid. Agora, Lula se vê em meio ao apagão das contribuições do INSS que também pode resultar em uma CPI. Esse cenário vem minando qualquer esperança de melhora que as pesquisas internas tinham começado a apontar, acompanhando um leve arrefecimento do pessimismo econômico no Brasil.

O diretor da Quaest, Felipe Nunes, menciona: “Estamos vendo uma consolidação da rejeição ao atual governo, que é algo inédito para Lula em seus mandatos. Desde janeiro, tivemos crises relacionadas ao Pix, ao INSS e, mais recentemente, ao IOF.” Segundo ele, isso implica que o governo precisará promover mudanças significativas internamente e se aprimorar na comunicação com o público.

A desaprovação histórica de Lula

A avaliação negativa que Lula enfrenta atualmente é a mais alta em seus três mandatos, o que se reflete em todos os aspectos das pesquisas: avaliação de governo, aprovação da gestão e nível de confiança no presidente. Márcia Cavallari, diretora do Ipec, destaca que “Lula amarga a maior desaprovação de seus três mandatos presidenciais.” Ainda assim, ela acredita que a reversão é possível. “Não é impossível. Já vi Dilma Rousseff, que era considerada fora do baralho, ser reeleita”, diz.

As mudanças políticas também foram fatores importantes para a recuperação de Bolsonaro em sua corrida para 2022. Uma mudança fundamental foi a nomeação de um dos principais quadros do Centrão para a Casa Civil, o senador Ciro Nogueira, o que melhorou a aceitação do Governo no Congresso em um momento de significativo aumento das emendas parlamentares. Contudo, Lula ainda enfrenta o dilema de manter alianças que não necessariamente terão suporte nas eleições futuras, especialmente com partidos que já se manisfestam como opositores.

Desafios nas intenções de voto

Embora Lula ainda esteja à frente nas intenções de voto, o avanço de adversários mostra um quadro preocupante. Dados do Ipec refletem que nos índices de avaliação, Lula e Bolsonaro estão praticamente iguais, com 26% de aprovação positiva. No entanto, o petista enfrenta um crescente descrédito em relação à sua liderança, com 58% da população alegando desconfiança em sua gestão.

No cenário atual, a situação de Lula não é completamente desoladora. O líder petista ainda se beneficia do fato de que nenhum candidato forte da oposição emergiu até o momento. Mesmo assim, a compreensão de que a crise econômica e questões sociais ainda podem influenciar as decisões eleitorais é essencial para qualquer mudança de cenário positivo.

O impacto econômico na popularidade

Uma série de iniciativas fiscais tem sido a estratégia de Lula para reverter a baixa popularidade. A introdução de novos programas sociais como o vale-gás, além de ajustes na tarifa de eletricidade, estão sendo considerados como tentativas de melhorar a qualidade de vida do povo brasileiro. No entanto, existe uma dissonância entre a percepção de melhoria e a avaliação governamental. Dados da Quaest indicam que, embora 36% dos brasileiros relatem uma melhoria na qualidade de vida, muitos dos que sentem essa melhora pertencem a grupos mais favorecidos, que tradicionalmente não votam no petista. Os que mais deixaram de apoiá-lo nos últimos meses são os brasileiros de baixa renda, que cortaram sua aprovação de 69% para 50% em um ano.

Por fim, o desafio que Lula enfrentará referentes às suas taxas de desaprovação é considerável. Mesmo existindo um histórico de recuperação política em momentos críticos, a situação atual demanda ação decisiva para conciliar crescimento econômico, políticas sociais e a comunicação clara de suas iniciativas para reconquistar a confiança da população.

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