No último domingo (15), o Brasil alcançou importantes conquistas no Campeonato Mundial de Judô em Budapeste, marcando o terceiro dia da competição que reúne judocas de todo o mundo. Daniel Cargnin, com uma trajetória de medalhas olímpicas e superando desafios pessoais, foi vice-campeão na categoria dos 73 quilos. Por sua vez, Shirlen Nascimento, uma nova promessa do judô brasileiro, conquistou a medalha de bronze nos 57 kg. Este evento, que ocorrerá até a próxima sexta-feira (20), conta com a participação de 556 judocas de 93 países, incluindo 18 atletas brasileiros, como Beatriz Souza (78 kg), Rafaela Silva (63 kg), Rafael Macedo (90 kg) e Leonardo Gonçalves (100 kg).
Conquistas de Daniel Cargnin e Shirlen Nascimento
A medalha de prata conquistada por Daniel Cargnin neste domingo (15) é particularmente significativa, uma vez que quebrou um jejum de oito anos sem que brasileiros chegassem às finais masculinas do Mundial. Cargnin, um judoca gaúcho de 27 anos, teve um retorno marcante às competições após passar oito meses afastado devido a lesões no tornozelo e ombro. Ele voltou a competir em abril, no Campeonato Pan-Americano e Oceania em Santiago, onde desbancou concorrentes e conquistou tanto medalha de prata no individual quanto ouro na disputa por equipes.
Na final do torneio em Budapeste, Cargnin enfrentou o francês Joan-Benjamin Gaba, atual vice-campeão olímpico. A disputa foi acirrada, culminando em um waza-ari que levou Cargnin ao golden score, fase em que o combate é decidido. O judoca brasileiro expressou sua satisfação por sua performance e ressaltou a importância de manter a humildade e a resiliência no caminho até as Olimpíadas de Los Angeles em 2028. “Eu acho que tenho que me manter resiliente, porque as derrotas não podem ser o fim do mundo e a vitória também não pode ser o motivo de parar de treinar”, afirmou Cargnin em entrevista à Confederação Brasileira de Judô (CBJ).
“É PRATAAAAAAAAAAAA! 🥈”, celebrou a Confederação Brasileira de Judô em uma postagem no Twitter, elogiando o desempenho de Cargnin e sua trajetória impressionante durante a competição.
Shirlen Nascimento, de 25 anos, também chamou a atenção por sua performance no Mundial. Mesmo sendo estreante na competição, ela já acumulava conquistas na cena internacional, incluindo um bronze no Grand Slam de Abu Dhabi em 2024. Essa vitória lhe garantiu a classificação para a Seletiva Nacional, onde se destacou e conquistou uma vaga no Pan-Americano, novamente mostrando seu talento ao subir ao pódio.
O caminho de Shirlen até o pódio
Na disputa pelo bronze em Budapeste, Shirlen conseguiu um resultado emocionante, saindo vitoriosa contra a judoca turcomena Maysa Pardayeva no golden score, finalizando a luta com um waza-ari. Ao discutir sua experiência, Shirlen destacou a importância da preparação e da ajuda de sua equipe: “Eu sempre venho me esforçando muito, e uma hora o resultado vem. Estou num momento muito bom e venho melhorando a cada dia”, disse a judoca.
“MEDALHISTA MUNDIAL! 🥉”, celebrou a conta oficial do Time Brasil, destacando a conquista surpreendente da judoca paranaense, que agora faz parte da elite do judô brasileiro.
Expectativas para os próximos dias de competição
O Campeonato Mundial de Judô continua com as disputas dos atletas brasileiros agendadas para esta segunda-feira (16). Os judocas Nauana Silva e Rafaela Silva, ambos na categoria de 63 kg, assim como Gabriel Falcão e Luan Almeida, competindo nas categorias de 81 kg, são expectativas de medalha para o Brasil. As lutas preliminares começarão às 6h e as finais às 13h, horário de Brasília.
O desempenho de Cargnin e Nascimento neste Mundial é um prenúncio animador para os atletas brasileiros, que seguem se preparando para os desafios futuros no calendário internacional de judô. Com uma combinação de talento, disciplina e resiliência, eles mostram que o judô brasileiro ainda tem um longo caminho pela frente, prometendo grandes emoções nos próximos anos.