Brasil, 16 de junho de 2025
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Câmara dos Deputados cria PEC para agentes de saúde e combate às endemias

A proposta visa garantir aposentadoria especial e outros benefícios para agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias.

Na última semana, a Câmara dos Deputados deu um passo importante ao criar uma comissão especial para discutir a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa estabelecer aposentadoria especial e conceder outros benefícios aos agentes comunitários de saúde (ACS) e agentes de combate às endemias (ACE). Este projeto pode representar uma significativa melhoria nas condições de trabalho desses profissionais, embora a tramitação enfrente desafios relacionados ao impacto financeiro.

Importância da PEC para a categoria

A relatoria da PEC ficou a cargo de Antônio Brito (PSD-BA), um parlamentar com forte visão voltada para a saúde e as instituições filantrópicas. Na presidência e vice-presidência da comissão, dois líderes do Centrão, Doutor Luizinho (PP-AL) e Pedro Lucas Fernandes (União-MA), respectivamente, trazem garantias de que o trâmite pode ser facilitado pelo apoio de 154 deputados que fazem parte dessas bancadas.

Esse movimento no Legislativo surge em um momento em que a Câmara e o Senado têm enfrentado períodos de recessos informais sob a presidência de Davi Alcolumbre (União-AP) e Hugo Motta (Republicanos-PB). A proposta é vista como uma tentativa de apresentar uma pauta própria que tenha apelo popular, diferentemente de outras iniciativas que partem do Executivo ou do Judiciário.

Tramitação da PEC e seus desafios financeiros

O processo legislativo da PEC se apresenta com desafios consideráveis. É esperado que o parecer da comissão seja apresentado em 10 sessões, que é o número mínimo exigido para a discussão de uma PEC. Após a aprovação na comissão, o texto seguirá para votação em plenário, onde precisará do apoio de 308 deputados (3/5 dos votos) em duas votações consecutivas, antes de ser encaminhada ao Senado.

Um dos pontos centrais da proposta é a criação do Sistema de Proteção Social e Valorização dos Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de Combate às Endemias. Isso significa que esses profissionais, que desempenham papel crucial na saúde pública, teriam direitos trabalhistas garantidos, regulamentação do vínculo empregatício e uma aposentadoria especial, a ser concedida após 25 anos de trabalho, em reconhecimento às adversidades enfrentadas em suas funções.

Destaques da proposta

A formalização do processo seletivo via concurso público para a contratação dos agentes é um dos aspectos mais importantes mencionados na PEC. Estabelecendo critérios claros, espera-se que a qualidade dos serviços prestados seja aprimorada. Além disso, a proposta determina que o governo federal deve suplementar as verbas necessárias a estados e municípios, com o objetivo de garantir o cumprimento do piso salarial para essas categorias, um aspecto que pode dificultar ainda mais a tramitação, especialmente em um contexto em que o Legislativo pressiona por cortes de gastos no governo.

Cabe destacar que os padrões atuais para aposentadoria no Brasil são de 35 anos de contribuição para homens e 30 anos para mulheres, além de uma idade mínima a ser cumprida. Portanto, a criação de uma regra específica para esses trabalhadores reflete um esforço reconhecido para valorizar o papel essencial que desempenham na sociedade.

Com a possibilidade de aprovações controversas à frente, será interessante acompanhar como os líderes políticos manobram para que a PEC avance na Câmara e posteriormente no Senado, considerando tanto o apelo social da proposta quanto o delicado equilíbrio de interesses financeiros que rege o cenário legislativo atual.

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