Brasil, 16 de junho de 2025
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Desafios do futebol brasileiro no novo Mundial de Clubes

O novo formato do Mundial de Clubes revela a distância entre o futebol brasileiro e europeu, com desafios evidentes em campo.

O sonho do título mundial era algo palpável para o torcedor brasileiro até o início dos anos 2000. Desde então, no entanto, a distância para o topo só cresceu. O futebol europeu virou uma potência financeira global e o principal destino dos talentos sul-americanos — uma escalada difícil de acompanhar. Com o início do novo Mundial de Clubes da FIFA, que reúne 32 equipes, o desafio de quebrar essa hegemonia parece maior do que nunca.

A diferença entre clubes brasileiros e europeus

Um levantamento feito pelo GLOBO mostra um verdadeiro oceano entre Palmeiras, Botafogo, Flamengo e Fluminense e os gigantes europeus. O Real Madrid, líder em faturamento e valor de elenco, se destaca em relação ao Porto, adversário do Palmeiras nesta sexta-feira, às 19h, em Nova Jersey. Apesar do Porto não aparecer entre os 30 clubes mais ricos da temporada segundo a Deloitte, seus números ainda o colocam em um patamar superior ao de muitos clubes brasileiros.

Sob o comando de Martín Anselmi, o elenco do Porto é avaliado em 327 milhões de euros (R$ 2,12 bilhões), enquanto o Palmeiras, considerado o time mais valioso entre os brasileiros, está avaliado em 238 milhões de euros (R$ 1,5 bilhão). No que diz respeito ao orçamento, a diferença também é significativa, com os portugueses enfrentando uma fase de queda de receitas, o que os força a adotar estratégias semelhantes ao futebol brasileiro, como a venda de jovens talentos.

Números que aproximam Brasil e Portugal

Apesar das diferenças estruturais, alguns números aproximam os clubes de Brasil e Portugal. Segundo a SportingPedia, o Brasileirão é a sexta liga mais valiosa do mundo, com um valor de 1,63 bilhão de euros, ligeiramente acima do valor da liga portuguesa, que é de 1,59 bilhão de euros. Entretanto, é importante ressaltar que o verdadeiro domínio no futebol está concentrado nas cinco grandes ligas europeias, onde a Premier League, por exemplo, vale mais que o dobro da La Liga espanhola, totalizando 11,77 bilhões de euros.

No campo, a diferença de condições também se faz notar. Os clubes brasileiros encaram o torneio como prioridade absoluta, enquanto os europeus estão em período de férias. Essa disparidade nas condições físicas e mentais pode impactar o desempenho das equipes. Thiago Freitas, COO da Roc Nation Sports Brasil, ressalta: “O futebol brasileiro exige que os clubes atuem com padrão muito superior ao disponível. Viagens longas, calendário desgastante, clima diferente, menos tempo de recuperação e estruturas limitadas impedem que nosso nível de jogo se equipare ao europeu.”

Desigualdades no novo formato do Mundial

O novo formato do Mundial — agora com 32 clubes — expõe desigualdades que o modelo anterior havia mascarado. Antes, um representante europeu entrava diretamente na semifinal ou na final. Agora, isso mudou, e essas discrepâncias se tornam visíveis em partidas como a do Bayern de Munique contra o Auckland City, da Nova Zelândia, que tem previsão para abrir a programação de jogos às 13h deste sábado, de Brasília. Os alemães são um dos cinco elencos mais caros do planeta, enquanto os neozelandeses são um time semiprofissional, avaliado em apenas 5,2 milhões de euros, 165 vezes menor do que o valor do Bayern.

Nos últimos 12 meses, os clubes brasileiros somaram 23 convocados para seleções nacionais, todos sul-americanos. Comparativamente, o Manchester City teve 21 jogadores convocados, o que ilustra a disparidade no nível de talento presente nas ligas.

Domínio local na América do Sul

Apesar de um fortalecimento recente do futebol brasileiro, com clubes superando a marca de um bilhão em faturamento, a comparação com os gigantes europeus ainda é desafiadora. Na Copa do Mundo de Clubes, quatro times brasileiros competem, enquanto apenas dois argentinos representam a Argentina, o que sugere um domínio no continente. No entanto, essa vantagem pode ser enganosa ao se comparar com as potências do futebol mundial.

Clubes como Flamengo e Palmeiras estão menos distantes dos europeus em valor de mercado, mas a diferença é ainda considerável, girando em torno de quatro a cinco vezes. O histórico também mostra que a desigualdade financeira não garante vitórias. Desde 2005, apenas três clubes brasileiros venceram o Mundial: São Paulo, Internacional e Corinthians. Além disso, em várias edições passadas, equipes brasileiras foram eliminadas por times de outros continentes, que muitas vezes apresentaram desempenhos superiores.

Em resumo, o novo Mundial de Clubes apresenta desafios significativos para os clubes brasileiros, que lutam para se equiparar às potências europeias. A desigualdade financeira, além das condições físicas e estruturais diferentes, continuam a ser obstáculos que os times precisam superar para sonhar novamente com a conquista mundial.

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