Nesta semana, Christy Walton, herdeira de 76 anos com 1,9% de participação na Walmart, publicou um anúncio na revista The New York Times incentivando protestos contra Donald Trump, especialmente relacionados à parada militar prevista para sábado. A ação provocou forte reação de apoiadores do ex-presidente nas redes sociais, que passaram a chamar pelo boicote à gigante varejista.
Walton e o posicionamento contra Trump
No anúncio, Walton afirmou que “a honra, dignidade e integridade do nosso país não estão à venda”, estimulando críticos de Trump a se mobilizar para o protesto “No Kings”. Este é o segundo anúncio de Walton na mesma revista desde março, reafirmando seu posicionamento de apoio ao diálogo pacífico e à participação cidadã.
Reação de apoiadores de Trump e ataques à Walmart
Influenciadores e figuras próximas ao movimento conservador, como Laura Loomer e a assessora da Casa Branca Kari Lake, atacaram Walton nas redes sociais, convocando seus seguidores a boicotar a rede de lojas. A conta Libs of Chicago e outros usuários com grande número de seguidores também criticaram duramente a empresa, pedindo o desinvestimento.
Resposta oficial da Walmart
Em comunicado à HuffPost, a Walmart reforçou que as ações de Walton são pessoais e que ela não tem ligação com a administração da companhia. “Ela não faz parte do conselho ou toma decisões na Walmart”, afirmou um porta-voz. A gigante reforçou sua posição de condenar qualquer tipo de violência, inclusive nos protestos em Los Angeles, onde o presidente chamou a Guarda Nacional para conter os distúrbios.
Impactos econômicos e contexto político
Além do embate político, a controvérsia ocorre em um momento de tensões econômicas, com a Walmart alertando investidores sobre possíveis aumentos de preços devido às tarifas de Trump, como informou o CFO da companhia, David Rainey. Segundo ele, tarifas podem gerar alta de até 10% nos custos até junho, afetando preços ao consumidor.
A apoiadora de Walton também esclareceu que o anúncio não recebeu financiamentos de grupos ou organizações, sendo uma mensagem de incentivo ao diálogo civil e à participação cidadã, sem intuito de promover qualquer movimento violento ou partidário. “Ela acredita no direito à manifestação, mas condena qualquer forma de violência”, afirmou o representante da herdeira.
Perspectivas futuras
Especialistas avaliam que o episódio demonstra o forte impacto de ações individuais na polarização política do país, além de evidenciar a tensão entre interesses comerciais e posições ideológicas no universo corporativo. A Walmart permanece atenta às reações dos consumidores e ao clima político, enquanto a advocacia pela paz e pelo diálogo permanece na pauta de Walton e seus apoiadores.