O presidente Donald Trump afirmou nesta terça-feira que começará a “progressivamente” encerrar as operações da Agência Federal de Gestão de Emergências (FEMA) após a temporada de furacões, prevista até 30 de novembro, e reduzir o financiamento federal destinado à ajuda em desastres. A declaração ocorre após críticas às ações recentes da agência durante o furacão Helene, que causou danos avaliados em US$ 78,7 bilhões em seis estados, segundo a NOAA.
Fim da FEMA e aumento na responsabilidade estadual
Trump criticou a eficácia da FEMA, dizendo que a agência tem sido um “experimento pouco bem-sucedido” e que seus custos são elevados sem atingir os resultados esperados. Segundo ele, qualquer ajuda federal em situações de desastre deverá vir diretamente do Treasury, e ainda não há definição sobre qual órgão assumirá essa responsabilidade após o fim da FEMA.
O chefe da Casa Branca reforçou a ideia de que os governadores devem ser capazes de lidar com desastres naturais, afirmando: “Se um estado, por exemplo, for atingido por um furacão ou tornado… o governante local deve conseguir gerenciar a situação. E, se não conseguir, talvez não devesse ser governador”.
Reação de governadores e especialistas
Governadores de estados vulneráveis às tempestades criticaram a proposta. O governador do Texas, Greg Abbott, afirmou que o estado possui uma das operações de gerenciamento de emergências mais robustas do país, e que está preparado para qualquer desastre, destacando a responsabilidade estadual na resposta a crises. “O governador deixou claro que eliminar a FEMA seria uma catástrofe provocada pelo homem; precisamos da agência para enfrentar desastres naturais”, declarou o porta-voz de Abbott, Andrew Mahaleris.
Já o governador democrata da Carolina do Norte, Josh Stein, declarou que a solução é reformar e melhorar a FEMA, não destruí-la. “É preciso fortalecer a agência, não eliminá-la”, afirmou, ressaltando a importância do apoio federal após o impacto do furacão Helene, ocorrido na temporada passada.
Histórico de gastos e impacto das tempestades
O Fundo de Assistência a Desastres (DRF), que financia a FEMA, tem registrado aumento significativo nos desembolsos desde 2005, alto especialmente por eventos catastróficos como os furacões Katrina, Rita e Wilma, que marcaram recordes de ajuda financeira. Antes disso, o gasto anual médio era de cerca de US$ 5 bilhões, mas desde então esse número triplicou, atingindo uma média de US$ 16,5 bilhões anuais, segundo o Congressional Budget Office (CBO).
As tempestades tropicais representam a maior parte dos gastos do DRF, seguida por eventos relacionados a enchentes, incêndios, tornados e terremotos. Nos últimos 20 anos, cinco furacões estão entre os mais caros já registrados na história dos Estados Unidos, com o furacão Helene ocupando a sétima posição, com prejuízos avaliados em US$ 78,7 bilhões, de acordo com a NOAA.
Perspectivas e próximos passos
Especialistas e autoridades estaduais defendem que a reforma da FEMA seja voltada à melhoria de seus procedimentos, e não à sua extinção. A Casa Branca ainda não definiu qual órgão assumirá as funções da agência após o fim oficial da temporada de furacões, mas o presidente destacou que o objetivo é fortalecer a autonomia dos governos estaduais na gestão de desastres.
A discussão sobre o papel federal na resposta a desastres deve ganhar mais atenção nos próximos meses, uma vez que a temporada de furacões ainda está em andamento e o país enfrenta um aumento na frequência e intensidade de eventos climáticos extremos.
Esta matéria foi originalmente publicada pelo HuffPost. Para mais detalhes, acesse HuffPost.