A mais recente pesquisa do Ipsos-Ipec, divulgada neste sábado, mostra um cenário preocupante para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O levantamento revela que a insatisfação da população em relação à administração atual está crescendo, refletindo uma percepção negativa sobre as políticas de controle de gastos e combate à inflação. De acordo com os dados, a Educação é a única área que recebe avaliação mais positiva, mas ainda assim apresenta um índice elevado de desaprovação.
Percepção sobre a economia e áreas de atuação do governo
A pesquisa indica que quase metade da população, exatamente 49%, acredita que a economia do Brasil piorou nos últimos seis meses. Essa cifra representa um aumento de nove pontos percentuais em comparação com o último levantamento realizado em dezembro. Outros 26% afirmam que a situação econômica se manteve igual e apenas 23% consideram que melhorou.
O controle de gastos públicos, por exemplo, foi classificado como “ruim ou péssimo” por 55% dos entrevistados, um índice alarmante que demonstra a insatisfação em relação às políticas atuais. Para 23%, a avaliação é regular, enquanto 16% a consideram “ótima ou boa”. No que tange ao combate à inflação, o quadro é semelhante: 55% veem a atuação do governo como negativa, fato que só intensifica a preocupação da população com a situação financeira do país.
A educação recebe melhor avaliação
Por outro lado, a atuação do governo na área da Educação é a que menos gera reprovações. No entanto, mesmo neste setor, a avaliação é mais crítica do que positiva: 32% dos brasileiros consideram a atuação “ótima ou boa”, enquanto 40% a classifica como “ruim ou péssima”. Outras áreas como política externa, meio ambiente e combate à fome e à pobreza têm avaliações também baixas, mas não tão desfavoráveis quanto as de controle de gastos e inflação.
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Níveis de reprovação e confiança no governo
A pesquisa indica que a reprovação à gestão de Lula está em seu maior patamar desde o início do mandato. Atualmente, 43% da população considera o governo “ruim” ou “péssimo”, em contrapartida a apenas 25% que o avaliam como “bom” ou “ótimo”. Essa má avaliação é particularmente pronunciada entre os cidadãos de renda mais elevada e entre os que possuem maior nível de escolaridade.
Além disso, a confiança no presidente está em níveis alarmantes. Apenas 37% dos brasileiros afirmam confiar em Lula, um número que revela um descontentamento crescente. Essa perda de confiança tem implicações profundas, especialmente entre os que residem em periferias, onde a taxa de confiança caiu significativamente desde março.
Expectativas da população
Os resultados também demonstram que 50% dos entrevistados acreditam que o governo está “pior do que se esperava”. Apenas 28% consideram que Lula atendeu às expectativas, e somente 20% acreditam que o presidente superou as expectativas iniciais. Essa percepção negativa é alimentada por recentes crises, como os desvios em benefícios pagos pelo INSS, que impactaram diretamente a imagem do governo.
Os dados da pesquisa Ipsos-Ipec foram coletados entre 5 e 9 de junho, envolvendo 2 mil entrevistados em 132 municípios, com margem de erro de dois pontos percentuais e um nível de confiança de 95%. As críticas ao governo, somadas ao desânimo da população, evidenciam um cenário desafiador para a administração Lula, que enfrenta a urgência de mudanças para reverter a tendência atual e reconquistar a confiança do povo brasileiro.