Brasil, 14 de junho de 2025
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Delação premiada de mauro cid sofre reviravoltas significativas

A delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid tem passado por diversas reviravoltas, incluindo prisões e novos depoimentos à PF.

A delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid tem sido marcada por uma série de reviravoltas ao longo dos últimos anos. O militar se tornou um dos principais nomes nas investigações que envolvem fraudes e ameaças à segurança de autoridades. Recentemente, Cid voltou a ser alvo de busca e apreensão e prestou um novo depoimento à Polícia Federal (PF), demonstrando que os desdobramentos de seu acordo de delação ainda estão longe de um desfecho definitivo.

Histórico das prisões de mauro cid

Cid foi preso pela primeira vez em maio de 2023, em uma investigação relacionada a fraudes em cartões de vacina. A sua soltura ocorreu em setembro desse mesmo ano, após o fechamento de sua delação com a PF e homologação pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Essa primeira fase do processo parecia sinalizar uma nova chance para Cid, mas se revelaria apenas o início de uma série de complicações.

Em março do ano seguinte, seis meses após sua soltura, novos problemas surgiram. A revista Veja revelou gravações em que Cid fazia críticas ao ministro Alexandre de Moraes e à PF. Essa situação resultou em sua convocação ao STF, onde foi preso novamente ao final de seu depoimento por descumprir as obrigações impostas em sua delação. Durante essa fase, Cid chegou a desmaiar, deixando claro o nível de tensão e responsabilidade que pairava sobre sua situação. A liberdade foi restabelecida em maio de 2024, mas novos desdobramentos estavam por vir.

Acusações graves e a ameaça de nova prisão

Em novembro de 2024, a situação se complicou ainda mais para Cid. Após a descoberta de um plano para assassinar autoridades, que não havia sido mencionado em seu acordo de delação, a PF informou o STF sobre a omissão. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, chegou a solicitar a prisão preventiva do militar, evidenciando a gravidade das novas acusações.

Durante um depoimento conduzido por Alexandre de Moraes, Cid foi advertido de que esta seria sua “última chance”. Após ser alertado, Cid detalhou o plano, incluindo a suposta participação do ex-ministro Walter Braga Netto, que acabou sendo preso preventivamente no mês seguinte. O avanço das investigações e as novas revelações deixaram em evidência a fragilidade da posição de Cid em relação ao seu acordo e às consequências legais que estavam se aproximando.

Nova busca e apreensão e suspeitas de fuga

Recentemente, a situação ganhou uma nova camada de complexidade. Na quinta-feira, uma nova solicitação de prisão foi feita pela PGR, em razão da informação de que quatro familiares de Cid – seus pais, esposa e uma filha – foram para os Estados Unidos. Essa movimentação foi interpretada como uma ação que reforçava uma hipótese já em investigação: a possibilidade de que o ex-ministro Gilson Machado Neto estivesse tentando obter um passaporte português para Cid, facilitando sua saída do país.

Esses desdobramentos colocaram Cid em uma posição ainda mais delicada. Embora Machado tenha sido preso na mesma data, Cid apenas foi alvo de um mandado de busca. A diferença nas ações foi vista como um indício do que estava em jogo e a determinação das autoridades em manter Cid sob vigilância rígida.

Mensagens misteriosas e o futuro da delação

Em paralelo a esses eventos, a revista Veja também divulgou mensagens atribuídas a Cid, através de uma conta no Instagram sob outra identidade, que discutiam aspectos de seu acordo. A defesa de Cid negou que ele tenha utilizado tal perfil, pedindo investigações sobre a autenticidade e a origem das mensagens.

Na segunda-feira, o advogado Celso Vilardi, que representa o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), questionou Cid durante um interrogatório sobre a veracidade das mensagens, ao que Cid negou qualquer conexão com o conteúdo. A situação se complicou ainda mais na quinta-feira, quando a defesa reiterou ao STF que as mensagens não eram de seu cliente, indicando um labirinto de informações que poderia afetar significativamente o futuro da delação de Cid e seu posicionamento legal.

À medida que as investigações continuam, a delação premiada de Mauro Cid permanece em um estado de incerteza, marcada por reviravoltas constantes e questões que vão além do simples cumprimento das obrigações legais. O desfecho dessa saga promete trazer ainda mais implicações para o cenário político e judicial do Brasil.

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