O grupo bancário francês BPCE anunciou a aquisição do Novo Banco, de Portugal, por cerca de €6,4 bilhões (US$7,4 bilhões). O acordo, uma das maiores operações transfronteiriças na Europa nos últimos anos, marca o fim de um capítulo na recuperação do sistema financeiro português após a crise da zona do euro.
Histórico e importância do negócio
A compra envolve a totalidade da participação de 75% da Lone Star, fundo de private equity americano que recuperou o banco após o resgate do Banco Espírito Santo, em 2014. O Novo Banco, criado após a falência do BES, possui cerca de €17 bilhões em empréstimos corporativos, €10 bilhões em hipotecas e 1,7 milhão de clientes. A operação inclui também a venda da participação que o governo português detém, atualmente de 25%, por meio do Fundo de Resolução.
Consolidação na Europa e desafios regulatórios
Segundo o comunicado do BPCE, a aquisição contribuirá para a consolidação bancária na Europa, num momento em que regulações dificultam fusões nacionais e transfronteiriças. A Bloomberg destacou que o BPCE desponta como principal candidato à compra, superando o CaixaBank, da Espanha, que já detém o Banco BPI, quinto maior de Portugal.
Enquanto isso, países como Espanha, Itália e Alemanha vêm impondo restrições a aquisições entre bancos europeus para evitar aumento excessivo de concentração no setor.
Perspectivas e impactos do negócio
O banco francês afirmou que a transação representará a maior aquisição bancária transfronteiriça na zona do euro em mais de uma década. A previsão é de conclusão do negócio até o primeiro semestre de 2026. A operação repete uma tendência de maior integração bancária na Europa, refletindo a busca por maior estabilidade e eficiência no setor.
Para o governo português, a venda é vista como um sinal positivo da confiança dos investidores internacionais na economia do país, recuperada após anos de crise. “Este é um passo importante para mostrar a solidez do sistema financeiro português”, afirmou o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento.
Detalhes e contexto do negócio
O Novo Banco foi o “banco bom” resgatado pelo Banco de Portugal em 2014, após a crise do Banco Espírito Santo. Desde então, recebeu cerca de €5 bilhões em recursos públicos. A Lone Star investiu apenas €1 bilhão na aquisição inicial em 2017, na tentativa de recuperar seu investimento por meio da venda atual.
O CEO da Lone Star, Donald Quintin, destacou que “o banco passou por uma transformação significativa nos últimos oito anos”. A operação também foi assessorada por bancos renomados, como Rothschild e d’Angelin & Co., enquanto o BPCE contou com o apoio do Fenchurch.
Implicações para o setor bancário europeu
Com a venda do Novo Banco, o setor financeiro de Portugal deverá passar por novas reorganizações, reforçando uma tendência de maior integração na Europa. A transação acontece em um momento de avanço na recuperação de bancos que enfrentaram dificuldades após a crise de 2008, contribuindo para fortalecer a união bancária no continente.
A conclusão da operação, prevista para o primeiro semestre de 2026, marca uma nova fase na história do sistema financeiro português e europeu, reforçando a aposta na estabilidade e na confiança internacional.
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