Brasil, 14 de junho de 2025
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Efeitos das tarifas de Trump ainda não se refletem na inflação americana

A expectativa é que as medidas de Trump impactem a inflação nos EUA nos próximos meses, influenciando a economia global e o Brasil.

Especialistas consultados pelo g1 indicam que os efeitos das tarifas anunciadas pelo presidente Donald Trump ainda vão se aprofundar na inflação dos Estados Unidos, que já apresentou sinais de desaceleração em maio, com avanço de apenas 0,1%. No entanto, o impacto completo deve ser sentido nos próximos meses, dependendo de como serão definidas as tarifas e negociações futuras.

Tarifas de Trump e os impactos na inflação americana

Nesta quarta-feira (11), o índice de preços ao consumidor (CPI) nos EUA subiu 0,1% em maio, abaixo das expectativas do mercado. Apesar de uma inflação de 2,4% em 12 meses, ainda acima da meta de 2% do Federal Reserve, especialistas afirmam que os efeitos mais relevantes das tarifas ainda não aparecem nos preços.

Segundo Hudson Bessa, economista e professor da Fipecafi, as tarifas de Trump promovem uma agenda mais individualista e menos globalizante, o que tende a diminuir o crescimento econômico e elevar os preços. Ainda assim, outros fatores têm adiado o impacto direto da tarifaço na inflação.

Fatores que delayam o impacto das tarifas

De acordo com Matheus Pizzani, economista da CM Capital, o setor de serviços, que concentra a maior parte da inflação atual nos EUA, não sofre impactos diretos das tarifas de importação. “A inflação nos serviços só deve aumentar quando os preços começarem a subir também na indústria e nos bens”, explica.

Outro fator importante são os estoques elevados, resultado de uma antecipação de importações por parte das empresas americanas na tentativa de evitar tarifas mais altas. Como explica Adauto Lima, economista-chefe da Western Asset, essa estratégia gerou um crescimento de 41,3% nas importações no primeiro trimestre, impactando negativamente o PIB.

Segundo dados do Departamento de Comércio dos EUA, o PIB caiu 0,2% na taxa anualizada do primeiro trimestre, enquanto o mercado previa alta de 0,3%. A redução de estoques deve indicar uma melhora futura na inflação ao consumidor, na medida em que as compras de estoque forem regularizadas.

Perspectivas futuras e acordos comerciais

Especialistas acreditam que a confirmação de tratados comerciais, como o acordo possível com a China, poderá alterar o cenário. Apesar de as tarifas contra Pequim ainda dependerem da aprovação de Trump e Xi Jinping, o secretário do Comércio, Howard Lutnick, afirmou que as tarifas atuais permanecem estáveis.

Como fica o Brasil com a crise americana

Apesar dos riscos de alta na inflação, analistas citados pelo g1 avaliam que o Brasil tende a se beneficiar, em sua maioria, de uma relação mais favorável entre China e Estados Unidos. Segundo Matheus Pizzani, além de possíveis oportunidades de exportação, a maior oferta de produtos estrangeiros no mercado interno pode pressionar para baixo os preços domésticos.

Dados da Câmara Americana de Comércio (Amcham) apontam que as exportações brasileiras para os EUA atingiram US$ 16,7 bilhões entre janeiro e maio de 2025, um aumento de 5% em relação ao mesmo período de 2024 e um recorde. Houve também uma expectativa de aumento no fluxo de dólares para o país.

Como observa Eduardo Grübler, da Warren Asset Management, ainda há muita incerteza e o cenário dependerá das próximas definições nas negociações internacionais e na condução das tarifas. “O impacto final na economia brasileira ainda não podemos prever com exatidão”, conclui.

Para mais detalhes, acesse a matéria completa em g1.

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