O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, condenou publicamente o ataque de um grupo neonazi ao ator Adérito Lopes, na cidade de Lisboa. O episódio ocorreu na última terça-feira, dia de Portugal e de homenagem a Luís de Camões, e provocou forte repercussão no país.
Ataque neonazi e reação nacional
Um grupo de ultradireita foi responsável pela agressão, que resultou em ferimentos no rosto e em um dos olhos de Adérito Lopes, integrante da companhia teatral Barraca. O grupo deixou propaganda nacionalista no local e provocou integrantes do elenco, culminando na violência, que levou ao cancelamento da peça “Amor é um fogo que arde sem se ver”, baseada em Luís de Camões.
Contexto e discursos contra a discriminação
O ataque ocorreu em uma data simbólica, marcada por discursos contra racismo e xenofobia. O próprio Marcelo Rebelo de Sousa afirmou em Lagos, no Algarve, que “vivemos em democracia e não queremos voltar a viver em ditadura”, reforçando a resistência contra o avanço de grupos extremistas.
Após a agressão, Adérito Lopes foi levado a um hospital, onde recebeu atendimento. Ele está bem, mas foi ferido no rosto e em um dos olhos. O incidente gerou manifestações de repúdio por parte de brasileiros residentes em Lisboa, através das redes sociais, e da Casa do Brasil, que convocou protesto para a manifestação pacífica contra o fascismo.
Atos contra o fascismo e mobilizações futuras
A manifestação de solidariedade e combate à intolerância está marcada para este domingo, às 15h, em frente ao teatro onde ocorreu a agressão. Autores e ativistas portugueses enfatizaram a importância de combater qualquer tipo de discriminação e de resistência à ascensão de grupos extremistas no país.
Antonio Brito Guterres, escritor e ativista, destacou que “não é momento de ficar em casa” e que “não veremos a ascensão do fascismo em silêncio”. A presença de adesivos pedindo a remoção de imigrantes também foi registrada no local, mesmo sem imigrantes na companhia teatral.
Dados e preocupação com o crescimento do intolerância
Portugal, que registra receita de aproximadamente R$ 528 milhões com atendimento a imigrantes, enfrenta desafios crescentes na convivência com discursos de ódio e ações xenofóbicas. Especialistas alertam que esse tipo de violência reflete um aumento da intolerância social, impulsionado por grupos extremistas que proliferam nas redes e no espaço público.
O episódio reforça o alerta de diversos setores da sociedade sobre a necessidade de combater o fascismo e proteger os direitos humanos. A solidariedade a Adérito Lopes e às vítimas do ataque demonstra a força da resistência democrática no país.
Para saber mais sobre o caso e as mobilizações, acesse a matéria completa no site do Globo.