O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do Brasil, registrou uma alta de 0,26% em maio, melhor do que as projeções do mercado financeiro, que estimavam um avanço de 0,37%. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Desaceleração e preocupações com a inflação
O resultado de maio representa uma desaceleração de 0,17 ponto percentual em relação ao mês anterior, quando o IPCA havia subido 0,43%. No acumulado do ano, o inflação mostra alta de 2,75%, enquanto a variação em 12 meses chega a 5,32%.
A alta do mês foi principalmente puxada pelo grupo de Habitação, que avançou 1,19%, impulsionado pelo aumento na tarifa de energia elétrica residencial, que subiu 3,62%. Segundo o IBGE, esse aumento ocorreu devido à bandeira amarela nas contas de luz, gerada pela redução das chuvas na transição do período chuvoso para o seco.
Queda nos preços de alimentos e impacto nas famílias
Dentro do grupo de Alimentação e Bebidas, que possui grande peso no índice, houve uma desaceleração de 0,82% para 0,17%, refletindo quedas nos preços do tomate (-13,52%), do arroz (-4,00%) e do ovo de galinha (-3,98%).
Outro fator que contribuiu para a desaceleração foi a alta nos preços de produtos farmacêuticos, que subiram 0,69%, devido ao reajuste autorizado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED). O plano de saúde também aumentou 0,57%, embora o grupo Saúde e Cuidados Pessoais tenha desacelerado para 0,54% no mês.
Principais fatores e expectativas para o cenário
Além dos reajustes na conta de luz, o aumento no preço de medicamentos influenciou a inflação mensal. O IBGE ressalta que, apesar do avanço de 0,26%, o resultado foi melhor que o esperado pelo mercado, que previa um índice de 0,37% para maio.
O INPC, índice que mede a inflação para famílias de menor renda e serve de base para reajustes do salário mínimo, registrou alta de 0,35% em maio, desacelerando em relação aos 0,48% de abril. Nos últimos 12 meses, o INPC acumulou alta de 5,20% até maio de 2025.
Impactos futuros e perspectivas
Especialistas apontam que a desaceleração da inflação pode sinalizar uma melhora no cenário econômico, mas alertam para a necessidade de monitoramento do impacto das tarifas de energia e dos preços de medicamentos no orçamento das famílias. O governo também deve acompanhar de perto a evolução da inflação nos próximos meses para ajustar suas políticas econômicas.
A expectativa é que o Banco Central continue sua política de juros elevados para controlar possíveis pressões inflacionárias e garantir estabilidade econômica no médio prazo.
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