Brasil, 12 de junho de 2025
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Fim da escala 6×1 ganha destaque entre propostas de Lula

Proposta é a mais conhecida entre as iniciativas do governo, mas enfrenta resistência na Câmara dos Deputados.

Um mês após ser mencionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a proposta de acabar com a escala de trabalho 6×1 emergiu como a mais reconhecida entre as iniciativas do governo, de acordo com uma pesquisa Genial/Quaest divulgada na última quarta-feira. O levantamento aponta que 64% da população está ciente da proposta, superando o conhecimento de ações recentes voltadas à recuperação da popularidade do presidente. No entanto, a discussão sobre o tema continua em ritmo lento na Câmara dos Deputados, dependente da articulação de movimentos sociais.

Público e conhecimento da proposta

Apresentada em fevereiro pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP) na forma de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), o fim da escala 6×1 foi identificado como a proposta mais conhecida, ultrapassando a isenção da conta de luz para membros do CadÚnico, que obteve reconhecimento de 52%, e o novo Vale Gás, que foi mencionado por 59% da população. Embora Lula tenha citado a proposta recentemente, coincidindo com o Dia do Trabalho, o assunto foi eclipsado por polêmicas, incluindo o escândalo do INSS.

Desafios na tramitação na Câmara

A discussão oficial sobre a proposta foi iniciada com a criação de uma subcomissão especial na Câmara, sob a liderança do deputado Luiz Gastão (PSD-CE). A comitiva está desenvolvendo um plano de trabalho que incluirá uma audiência pública em São Paulo, com a participação de empresários e trabalhadores. No entanto, Gastão tem expressado preocupação quanto à dificuldade de conciliar os interesses de ambos os grupos antes da votação final.

Impactos financeiros e resistência

O relator da proposta destacou que ajustar a escala de trabalho pode acarretar um aumento significativo nos custos de mão de obra, que podem chegar até 33%, impactando diretamente os preços finais ao consumidor e, portanto, a economia como um todo. Estes custos adicionais são uma das principais barreiras enfrentadas pela proposta.

Resistência também se manifesta através da Frente Parlamentar de Comércio e Serviços, liderada pelo deputado Domingos Sávio (PL-MG), que argumenta que a mudança pode prejudicar a produtividade e onerar pequenas empresas. “Esse texto é tão absurdo que proíbe trabalhar mais do que quatro dias por semana em um país onde a produtividade é uma preocupação constante”, expressou Sávio em suas críticas.

Movimentos sociais e consultas populares

Enquanto isso, a líder do PSOL, Talíria Petrone, enfatizou que o grupo parlamentar não tem conhecimento da formação de um estudo sobre a proposta. A responsabilidade pela mobilização relacionada à PEC está sendo captada pelas centrais sindicais que planejam realizar um plebiscito no segundo semestre deste ano. Esse plebiscito surge como uma tentativa de pressionar o governo a adotar uma postura mais ativa na causa.

Em uma reunião recente, organizadores da consulta popular, que incluem grupos como o MST, CUT, UNE e CNBB, apresentaram a proposta ao ministro Márcio Macedo, destacando a necessidade de uma participação mais contundente do governo nas discussões em torno do trabalho. Igor Felippe, coordenador do plebiscito, afirmou: “Fizemos a reunião para apresentar a proposta e pressionar o governo a ter uma atuação firme.”

Assim, o futuro da proposta de fim da escala 6×1 ainda se mantém incerto, mas a mobilização social e o diálogo na Câmara dos Deputados continuarão a ser fundamentais nos próximos passos do processo legislativo.

Com a sociedade civil engajada e o cenário político em constante evolução, resta acompanhar se a proposta encontrará respaldo suficiente para ser aprovada e, assim, transformar as condições de trabalho de milhares de brasileiros.

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