Brasil, 10 de junho de 2025
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Nova liderança no Bope após operação no Santo Amaro

Tenente-coronel Marcelo Corbage assume o Bope após morte de jovem em operação; secretário da PM promete investigação rigorosa.

No último domingo (8), o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, decidiu exonerar os coronéis Aristheu de Góes Lopes, do Batalhão de Operações Especiais (Bope), e André Luiz de Souza Batista, do Comando de Operações Especiais (COE). A medida ocorre dois dias após a trágica morte do jovem Herus Guimarães Mendes, de 24 anos, durante uma ação policial no Morro Santo Amaro, no Catete. Com a saída dos antigos comandantes, o tenente-coronel Marcelo Corbage assume o Bope a partir da próxima quinta-feira (12).

O contexto da operação no Santo Amaro

A operação que resultou na morte de Herus ocorreu durante uma festa junina, quando agentes do Bope entraram na comunidade por volta das 3h da madrugada. O secretário de Polícia Militar do Rio, Marcelo de Menezes, destacou em entrevista que os policiais envolvidos na operação não respeitaram os protocolos da corporação, levando ao afastamento imediato dos oficiais e dos demais agentes que participaram da ação.

“Na manhã de sábado, fui informado de que uma operação emergencial estava sendo realizada. Era um momento crítico, mas ficamos sabendo dela apenas durante a ação. A partir desse episódio, decidimos que todos os oficiais envolvidos seriam afastados para garantir que a investigação seja justa e transparente”, explicou Menezes.

Morte de Herus e suas consequências

A morte de Herus gerou uma comoção não apenas na comunidade, mas em todo o estado. A mãe do jovem, Mônica Guimarães Mendes, relatou que na hora do incidente, seu filho estava na padaria comprando um lanche quando foi atingido por disparos de arma de fogo. Em seu relato emotivo, Mônica disse que ele foi arrastado por um policial e impedido de receber socorro imediato.

“Meu filho não fazia nada de errado. Ele só queria comprar um lanche. A polícia, que era para proteger, tirou a vida dele! Não deixaram a gente socorrer, e ainda debocharam”, afirmou Mônica, visivelmente abalada.

Herus foi levado ao Hospital Glória D’Or, onde faleceu algumas horas depois. Este caso não só levanta questões sobre a operação do Bope, mas também provoca um debate sobre a atuação da polícia em comunidades carentes e a necessidade de respeitar direitos humanos em ações policiais.

Protocólos e os próximos passos

O secretário da PM, Marcelo de Menezes, enfatizou a necessidade de melhorar os protocolos de operação da corporação. Ele destacou que os policiais têm a responsabilidade de seguir os procedimentos, que visam proteger vidas e garantir a segurança nas comunidades.

“Estamos em um momento de avaliação. É crucial entender a diferença entre operações planejadas e emergenciais. Os protocolos existem para garantir a segurança de todos”, afirmou.

Investigação das ações policiais

As armas dos policiais envolvidos na operação e suas câmeras corporais foram recolhidas para perícia. As imagens coletadas das câmeras serão fundamentais para esclarecer os acontecimentos daquela noite. O Ministério Público e a Corregedoria da PM também receberão todas as evidências para conduzir suas investigações, tendo em vista o pedido de investigação realizado por deputadas estaduais.

Renata Souza e Talíria Petrone, representantes do legislativo, solicitaram ao MP do Rio investigações sobre possíveis violações dos direitos humanos que foram presenciadas durante a operação do Bope. A expectativa é que a apuração traga à tona não apenas o que aconteceu com Herus, mas que também melhore os procedimentos futuros da polícia.

Reflexões sobre a segurança pública

As tragédias que ocorrem em operações policiais no Brasil levantam questionamentos sobre as práticas de segurança pública e a necessidade de reavaliações contínuas. A abordagem da polícia nas comunidades e o uso da força devem ser pautados pela proteção de vidas e pela aplicação isonômica da lei.

Com a nova liderança no Bope, espera-se que haja uma renovação no olhar sobre as operações e que lições profundas sejam extraídas das circunstâncias que levaram à morte de Herus Guimarães Mendes. O desafio é tornar a segurança pública uma realidade que respeite a vida e a dignidade de todos os cidadãos, independentemente de sua origem.

A expectativa da sociedade é que a dor da perda não seja em vão e que medidas concretas sejam tomadas para evitar novas tragédias como esta.

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