Brasil, 10 de junho de 2025
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Bispais dos EUA pedem que IA seja desenvolvida com respeito à dignidade humana

Conference of Catholic Bishops dos Estados Unidos alerta congressistas sobre princípios éticos na regulamentação da inteligência artificial

Os bispos dos Estados Unidos estão apelando ao Congresso para que priorize a dignidade da pessoa humana e o bem comum na elaboração de regras para o desenvolvimento de inteligência artificial (IA). A mensagem foi divulgada nesta segunda-feira (9), após discussões sobre a legislação que regula a tecnologia no país.

Apelo da Igreja Católica aos legisladores americanos

O presidente do Comitê de Comunicação da USCCB, Bispo William D. Byrne, destacou que “a inteligência artificial está moldando rapidamente o futuro da nossa sociedade” e frisou a responsabilidade dos legisladores em garantir que essa tecnologia beneficie toda a humanidade. “Como pastores encarregados do cuidado com a vida e a dignidade humanas, pedimos que vocês escutem o chamado do Santo Padre, Papa Leo XIV, para desenvolver a IA com responsabilidade e discernimento”, afirmou Byrne em nota oficial.

Princípios éticos essenciais na matéria

Respeito à dignidade e à verdade

Um dos principais princípios defendidos pelos bispos é que “a dignidade inerente a toda pessoa humana” deve estar sempre no centro do desenvolvimento tecnológico. “A IA deve ser uma ferramenta que, orientada por princípios morais sólidos, ajude a superar obstáculos na vida e melhorar as condições humanas, sem substituir a moralidade ou os julgamentos éticos”, enfatizaram na carta aos legisladores.

Além disso, os bispos alertaram sobre o uso inadequado da IA na disseminação de notícias falsas, deepfakes e na manipulação de informações, reforçando que “há a necessidade de supervisão humana e de uma responsabilidade bem definida para promover transparência e garantir processos democráticos justos”.

Cuidados com os vulneráveis e a economia

Eles também ressaltaram que a tecnologia deve apoiar especialmente os mais pobres e vulneráveis, contribuindo para reduzir desigualdades sociais e econômicas. “A IA só será verdadeiramente benéfica se for usada para ajudar os mais necessitados e garantir sua participação equitativa em seu desenvolvimento e uso”, afirmaram.

Na área econômica, os bispos abordaram preocupações como a perda de empregos, desigualdade e exploração. Ressaltaram a importância de políticas públicas que protejam os trabalhadores, promovam capacitação profissional e assegurem fiscalização adequada do uso da IA pelo governo, incluindo a supervisão de decisões relacionadas ao mercado de trabalho.

Considerações sobre políticas públicas e regulação

Os prelados ressaltaram que a IA tem potencial de beneficiar a sociedade quando desenvolvida de forma ética, mas que seus malefícios podem superar os benefícios se não forem tomadas precauções. “Políticas devem garantir que a tecnologia não perpetue preconceitos ou cause danos ambientais, e que seja usada com um compromisso ético”, indicaram.

A preocupação com o impacto ambiental foi destacada, especialmente quanto ao consumo energético e ao descarte de resíduos eletrônicos contendo metais pesados, como mercúrio e chumbo. “A IA pode ajudar a enfrentar crises ambientais, mas deve haver uma regulação que limite seu uso excessivo de recursos”, alertaram.

Posição da Igreja e próximos passos

Os bispos afirmam que as linhas éticas propostas não são exaustivas, mas representam um ponto de partida para orientar o debate legislativo. “Nosso objetivo é colaborar com os responsáveis políticos, oferecendo orientação baseada nos valores humanos e sociais cristãos”, afirmou Byrne.

O documento reforça que “estamos prontos para ajudar na orientação desse processo com orações e aconselhamento, a fim de assegurar que a inteligência artificial seja uma força para o bem comum e o respeito à vida humana”.

Segundo fontes oficiais, o Congresso dos EUA discute atualmente o projeto de lei “One Big Beautiful Bill Act”, que pode afetar o desenvolvimento da IA ao restringir regulações estaduais por até 10 anos, concentrando o controle em nível federal. Caso aprovado, o projeto precisa passar pelo Senado e, posteriormente, retornar à Câmara para aprovação final.

As discussões continuam, e a posição da Igreja reforça a necessidade de uma regulamentação que priorize os direitos humanos e os valores morais na era da inteligência artificial.

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