A deputada federal Erika Hilton utilizou suas redes sociais nesta segunda-feira (9) para rebater críticas recebidas após uma interação com o rapper Oruam. A conversa entre os dois surgiu no contexto de um desabafo do artista sobre a violência policial, especialmente após a morte de um jovem durante uma operação em uma comunidade no Rio de Janeiro.
Interação que gerou controvérsias
O debate começou no domingo (8), quando Oruam compartilhou suas preocupações sobre como poderia ajudar sua comunidade a se mobilizar de forma mais eficaz contra a opressão e a violência policial. Este desabafo foi uma reação a um caso sério envolvendo a morte de um jovem, que acendeu discussões sobre a atuação da polícia nas favelas.
Em resposta ao rapper, Erika Hilton afirmou que sua intenção não era convidá-lo a se filiar a um partido, mas sim sugerir que se engajasse com movimentos sociais que já atuam nas periferias. “Minha sugestão é que você se conecte com quem já constrói essa luta há anos”, disse a deputada em uma postagem no X, antiga plataforma Twitter.
Defesa da organização popular
Em suas publicações, Hilton enfatizou a importância da organização coletiva diante de problemas sociais estruturais. “Não existe saída individual para problemas que são estruturais”, alertou, orientando Oruam sobre coletivos que trabalham com direitos humanos nas comunidades. A deputada também expressou sua disposição em colaborar com ele, afirmando: “Se quiser construir junto, tô por aqui. De verdade. Estamos juntos”.
A interação entre a deputada e o rapper não foi bem recebida por todos. Internautas criticaram Erika, sugerindo que ela estava tentando cooptar Oruam para interesses políticos. A deputada respondeu, esclarecendo que sua intenção foi acolher e incentivar o rapper a conhecer a realidade de quem já luta por mudanças significativas nas comunidades. “Não houve convite. Houve acolhimento e incentivo”, declarou.
Rebatendo as críticas sobre homofobia e machismo
Erika Hilton também destacou que a defesa de Oruam e de outros artistas que enfrentam ataques não deve ser confundida com a aprovação de suas opiniões pessoais. “Mas Oruam e Poze (outro rapper) não estão sendo atacados pela extrema-direita por falas misóginas e LGBTFóbicas. Estão sendo atacados pelas letras de suas músicas em uma campanha que visa discriminar, desumanizar e assim justificar a violência contra o povo pobre, negro e das favelas”, enfatizou.
A luta por direitos e dignidade humana
A deputada identificou sua responsabilidade social como uma defesa da dignidade humana para todas as pessoas, independente de seus passados ou opiniões. “Como deputada, tenho uma responsabilidade com a promoção da dignidade humana para todas as pessoas desse país, afinal, é esse o objetivo existencial da nossa Constituição”, afirmou.
Hilton, que representa o PSOL, é reconhecida como uma das vozes mais ativas no Congresso em defesa dos direitos das populações periféricas, negras e LGBTQIAPN+. Sua atuação se destaca por seu compromisso em promover igualdade e justiça social em um país que frequentemente negligencia essas questões.
Conclusão: Um chamado à reflexão
Com sua declaração, Erika Hilton não apenas defendeu sua interação com Oruam, mas também levantou questões importantes sobre a responsabilidade coletiva e a luta por direitos em um país marcado por desigualdades sociais. A conversa deixou claro que a busca por justiça deve envolver diálogos significativos, mesmo entre vozes controversas.
Por fim, a deputada concluiu dizendo: “Estou junto de qualquer pessoa que busque fazer algo positivo por quem é cotidianamente massacrado e assassinado pelo Estado”. Esse apelo à união e à consciência social é fundamental em tempos de polarização e conflitos.
