No âmbito do processo que investiga tentativas de golpe em Brasília, Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, proporcionou momentos de descontração durante seu interrogatório no Supremo Tribunal Federal (STF). Ao responder a perguntas do advogado do ex-presidente, Celso Villardi, Cid reencontrou o clima informal ao relatar xingamentos direcionados ao ministro Alexandre de Moraes, deixando os presentes na audiência rindo com suas respostas.
Interrogatório em clima informal
O interrogatório de Mauro Cid faz parte das investigações sobre uma reunião que ocorreu em 28 de novembro de 2023, onde membros das forças especiais do Exército, incluindo ele mesmo, discutiram planos que, segundo a Polícia Federal, poderiam ser considerados golpistas. Durante a audiência, Villardi questionou se Moraes era o “centro de gravidade” da reunião, uma expressão que no jargão militar refere-se ao ponto crucial de um assunto. Cid descreveu a atmosfera do encontro como “conversa de bar”, um tom que não passou despercebido pelo ministro Moraes, que frequentemente interagiu com bom humor durante o depoimento.
Reunião marcada por críticas e risos
Durante a sessão, o diálogo entre Moraes e Cid trouxe à tona uma série de críticas que o ministro recebeu. “Foi conversado algo sobre o meu nome nessa reunião?”, perguntou Moraes, ao que Cid respondeu de forma despretensiosa: “O senhor foi muito criticado.” Esta troca gerou risos no plenário, mostrando que, mesmo em meio a um assunto sério, a leveza pode surgir.
Moraes continuou a fazer perguntas, intrigado com o clima da reunião, e fez uma nova interrogação: “Só?” Essa curiosidade foi mais um momento de risadas entre os presentes. Cid, por sua vez, reforçou que as críticas não eram novidades para Moraes. “As pessoas criticavam muito o senhor. As mesmas críticas e xingamentos que o senhor recebe de certa forma passaram por ali”, confessou o ex-assessor, que se viu em uma situação inusitada, mencionando a informalidade da conversa.
A reação de Moraes e a contradição no depoimento
Em determinado momento, Moraes lançou um questionamento claro sobre as contradições no depoimento de Cid. “Você falou que era conversa de bar, com guaraná e salgadinho. Então não era conversa de bar”, disse o ministro, provocando mais risos entre os presentes. A tensão subiu, mas a habilidade de Moraes em manejar o humor deixou a situação mais leve. Cid continuou a sua narrativa, confessando que, embora houvesse um tom descontraído, os xingamentos ao ministro eram muitos: “Havia apenas xingamentos, ‘esse cara é um desgraçado’, coisas que o senhor já ouviu bastante”.
O ex-ajudante de ordens adicionou que a informalidade não impediu que as críticas fossem ofensivas, e reiterou que a conversa foi repleta de desdém. “Por isso que eu disse para o senhor que teve esse grau de informalidade”, concluiu Cid, enquanto os risos se dissipavam e a seriedade da situação voltava à mente dos ouvintes.
Implicações do depoimento
Além de proporcionar um alívio cômico em um ambiente tipicamente carregado, as declarações de Cid levantam questionamentos sobre a forma como a política é discutida entre aliados e as possíveis consequências para aqueles que se opõem ou criticam figuras de destaque, como o ministro Moraes. O episódio reflete um momento peculiar da política brasileira, onde o humor e o drama frequentemente se entrelaçam, revelando as tensões nas relações entre os diversos atores políticos.
Enquanto o processo avança, o relato de Cid sobre xingamentos e conversas informais pode ter implicações mais amplas tanto para a investigação quanto para a percepção pública sobre os métodos e comportamentos dos políticos envolvidos. À medida que a audiência prossegue, o público aguarda ansiosamente por mais desdobramentos e por como o STF lidará com as crenças e realidades políticas que estão em jogo neste importante caso.
Ao final, o depoimento de Mauro Cid destaca não apenas as tensões políticas em Brasília, mas também a complexidade das relações pessoais e profissionais em meio a um clima de incerteza e controvérsias.
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