A BR-222, rodovia crucial na Região Metropolitana de Fortaleza, foi bloqueada nos dois sentidos por um protesto realizado por indígenas Tapeba. A manifestação, que teve início às 12h desta segunda-feira (9), ocorre na altura do quilômetro 17 e atraiu a atenção da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que está no local para controlar o fluxo de veículos e garantir a segurança dos manifestantes.
Motivos do protesto
O movimento indígena Tapeba manifesta sua insatisfação em relação às obras de duplicação da BR-222, que, conforme os indígenas, têm causado bloqueios nos acessos às suas aldeias. Além disso, os manifestantes reivindicam melhorias na pavimentação das estradas internas das aldeias e um maior diálogo com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), responsável pela obra.
“Estamos discutindo há quase 20 anos sem avanços em relação ao que foi acordado no Plano Básico Ambiental Indígena (PBAI)”, destaca Kilvia Tapeba. O PBAI, criado em 2007, estabelece uma série de medidas para mitigar os impactos negativos da duplicação, que atravessa cerca de 8 quilômetros do território Tapeba. No entanto, segundo as lideranças do protesto, nenhuma dessas medidas foi implementada pelo DNIT, mesmo com as obras se aproximando da conclusão.
Repercussão da manifestação
A mobilização indígena levanta preocupações sobre os direitos e a preservação ambiental em uma área que já sofre com intervenções humanas. Os Tapeba têm se mostrado insatisfeitos com a falta de ações que visem compensar os danos causados pela duplicação da rodovia, o que para eles representa uma violação de seus direitos e uma ameaça ao seu modo de vida.
Os bloqueios na BR-222 geraram transtornos no tráfego, levando motoristas a buscarem rotas alternativas enquanto a PRF trabalha para facilitar a liberação dos veículos. Até o momento, não houve informações sobre possíveis acordos entre os indígenas e o DNIT para resolver as questões levantadas durante o protesto.
O futuro das negociações
A situação destaca não apenas a luta dos indígenas Tapeba, mas também a necessidade de um diálogo mais efetivo entre os órgãos governamentais e as comunidades afetadas por grandes obras. Os protestos são uma forma de chamar a atenção para a urgência das questões que envolvem seus territórios e direitos, e representa uma tentativa de garantir que suas vozes sejam ouvidas nas decisões que afetam diretamente suas vidas.
Com a duplicação da BR-222 prestes a ser finalizada, a esperança da comunidade Tapeba é que as promessas feitas no passado sejam finalmente cumpridas e que suas reivindicações ganhem a devida atenção. O DNIT foi contatado para comentar sobre as preocupações expressas pelos manifestantes, e uma atualização será fornecida assim que possível.
Enquanto isso, a expectativa é de que a situação atual abrigue um espaço para diálogos mais construtivos, que permitam a conciliação entre as necessidades de desenvolvimento da infraestrutura e o respeito aos direitos dos povos indígenas.
Os próximos dias serão cruciais para observar como as partes envolvidas se posicionarão diante das reivindicações e se haverá um avanço significativo nas discussões que envolvem a duplicação da BR-222 e seus impactos para os Tapeba.
