Brasil, 10 de junho de 2025
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Invepar e Mubadala entram em impasse antes de assembleia que pode levar à recuperação judicial

Disputa entre a concessionária de Guarulhos e Linha Amarela e seu principal credor, Mubadala, ameaça resultou em paralisação nas negociações.

A pouco dias de uma assembleia de acionistas, as negociações entre a Invepar e sua principal credora, a Mubadala, permanecem congeladas. A companhia, responsável pelas concessões do aeroporto de Guarulhos e da Linha Amarela, pode entrar em recuperação judicial devido a uma dívida de R$ 670 milhões. Segundo apuração da coluna, a última tentativa de acordo foi rejeitada pelo fundo de Abu Dhabi, que detém cerca de R$ 325 milhões em debêntures da Invepar.

Negociações emperradas e risco de recuperação judicial

Na última conversa entre as partes, a Invepar propôs um acordo para suspender o pagamento das dívidas por seis meses, mecanismo conhecido como standstill. A proposta foi recusada pelo fundo, que entende que a companhia tentou aplicar um calote unilateralmente, sem diálogo com os credores. Desde então, as comunicações entre as partes praticamente cessaram, sinalizando um possível desfecho negativo.

Medida cautelar e contexto da crise

No dia 16, a Invepar conseguiu uma liminar na Justiça do Rio que oferece um mês de proteção contra credores, até definir a solicitação de recuperação judicial. Os quatro acionistas — previ, Petros, Funcef e Monte Capital — terão uma reunião na próxima quinta-feira para deliberar sobre a medida. A crise se agravou após a Mubadala decretar vencimento antecipado das debêntures, alegando inadimplência na venda de sua fatia no VLT Carioca e na repasse de receitas da Linha Amarela.

Empresa reage e acusa a credora

Em sua petição, a Invepar afirma que a deterioração das relações, impulsionada pela Mubadala, a levou a uma situação insustentável. A companhia alegou que a credora agiu de forma unilateral, sem busca por negociações, usando como justificativa uma suposta pressão para obter vantagens na renegociação das dívidas. “A Mubadala agiu não por risco de inadimplência, mas como forma de pressão”, afirma o documento.

Por sua vez, interlocutores do fundo em Abu Dhabi alegam que a Mubadala tenta negociar, mas enfrenta dificuldades, e que a recuperação judicial seria uma saída lógica, devido às garantias que detém em credores privilegiados. Segundo esses contatos, a ponta de situação mais viável atualmente é a venda do ativo de Guarulhos, que tem potencial de valorizações futuras e interesse de investidores como o BTG Pactual.

Ativos e perspectivas futuras

Com a fragilidade financeira, os ativos restantes da Invepar incluem a operação do aeroporto de Guarulhos e a Linha Amarela, além de uma parcela da Transolímpica. Observadores apontam que uma recuperação judicial poderia ser a solução para reorganizar suas finanças, com o interesse de empresas do setor. O BTG Pactual já demonstrou interesse na aquisição de parte de seus ativos, como parte de uma estratégia de reestruturação.

Posicionamentos das partes

A Mubadala declarou, por meio de nota, que mantém postura construtiva e que não recebeu propostas de negociação. A empresa destacou que a dívida, originalmente vencida em 2018, foi renegociada sete vezes, e que preza por soluções responsáveis e sustentáveis. Já a Invepar afirmou que trabalha na busca de soluções e na melhora do relacionamento com seus credores, sem se manifestar sobre processos judiciais em andamento.

Próximos passos e previsão

A assembleia de acionistas será decisiva para o futuro da companhia, que conta com a contratação do banco BR Partners e dos escritórios Galdino, Salomão e Basilio para auxiliar na reestruturação. O desfecho pode definir a entrada da Invepar na recuperação judicial, possibilitando uma reorganização de suas dívidas e ativos sob regras claras. A expectativa é que as próximas semanas sejam cruciais para o destino da concessionária.

Para mais detalhes, leia a matéria completa no O Globo.

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