Brasil, 10 de junho de 2025
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Moradores de Piracaia protestam e Justiça suspende asfaltamento

A Justiça determinou a suspensão das obras de asfaltamento em Piracaia, em resposta aos protestos da população que defende os paralelepípedos.

Uma decisão liminar do Tribunal de Justiça de São Paulo gerou alvoroço entre os moradores de Piracaia, uma cidade localizada no interior do Estado. A Justiça determinou a suspensão das obras para asfaltamento das ruas históricas da cidade, que foram alvo de protestos desde a semana passada. Os moradores defendem a preservação dos paralelepípedos, que consideram parte fundamental da cultura e história local.

A decisão da Justiça e os protestos da população

Na última segunda-feira (9), o Tribunal de Justiça publicou a medida que impede a continuidade dos trabalhos de asfaltamento. O movimento para barrar a obra começou com uma Ação Civil Pública movida pela Associação de Desenvolvimento Turístico de Piracaia, que alegou que a prefeitura não realizou um Estudo de Impacto de Vizinhança e não consultou o Conselho Municipal de Turismo (COMTUR) antes de iniciar as alterações. A juíza Carolina Braga Paiva reconheceu a importância dos paralelepípedos, afirmando que sua remoção pode resultar em prejuízos irreversíveis à identidade cultural da cidade.

Os protestos ganharam força na cidade, com moradores exibindo cartazes com mensagens como “Nossas pedras são predestinadas” e “Asfalto cobrindo nossa história”. Para muitos, a preservação do pavimento de paralelepípedos é essencial não apenas para manter a história viva, mas também para evitar riscos como enchentes e acidentes de trânsito, problemas que podem ser exacerbados com a nova pavimentação.

A importância cultural dos paralelepípedos

Os paralelepípedos em Piracaia têm uma longa história, datando desde a implantação no século XX. Representam uma característica arquitetônica e paisagística que atrai turistas para a cidade, além de serem considerados um patrimônio cultural. Em sua decisão, a juíza destacou que, mesmo não sendo formalmente tombados, os paralelepípedos são relevantes para o traçado urbano tradicional e devem ser preservados por sua importância histórica.

Os moradores também apontam que a mudança para asfalto pode agravar problemas de drenagem, tornando a cidade mais suscetível a alagamentos. A presidente do Conselho Municipal de Meio Ambiente, Luciana Cury, argumenta que os paralelepípedos permitem uma melhor drenagem devido ao seu espaçamento, enquanto o asfalto tornaria as ladeiras impermeáveis, aumentando o risco de enchentes.

As alegações da prefeitura e os desafios futuros

A prefeitura de Piracaia, por sua vez, defende a realização das obras, alegando que a nova pavimentação proporcionará melhorias na mobilidade urbana e na manutenção das vias. O secretário de Obras, Meio Ambiente e Agricultura, Reginaldo Grunwald, comentou que estudos técnicos foram realizados, garantindo que a nova pavimentação não trará malefícios. Contudo, muitos moradores e especialistas contestam essa afirmação.

A empresa responsável pela obra, a Cepavi, venceu a licitação para asfaltar trechos de 17 ruas do centro histórico, ao custo de R$ 962 mil. Essa rápida execução tem sido um ponto de tensão, já que muitos residentes acreditam que as decisões estão sendo tomadas sem o devido diálogo. O advogado Edmilson Armellei, representante da associação que acionou a Justiça, observou que a falta de consulta à comunidade gera desconfiança e pode impactar diretamente no turismo local e na preservação do patrimônio cultural.

O futuro da cidade de Piracaia

Além dos protestos e da ação na Justiça, a questão da pavimentação em Piracaia levanta um dilema importante sobre como equilibrar desenvolvimento urbano e preservação cultural. A cidade, rica em história, enfrenta o desafio de manter sua essência enquanto busca melhorias para a infraestrutura. O desfecho desta situação ainda está por vir, mas a mobilização dos moradores sugere que a história das ruas de Piracaia ainda é uma batalha em andamento.

A decisão da Justiça representa uma vitória temporária para os defensores dos paralelepípedos, mas o debate sobre o futuro da cidade e suas tradições continua em pauta. A população aguarda não apenas a resposta da prefeitura, mas também um diálogo efetivo que leve em consideração as vozes da comunidade.

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