Brasil, 10 de junho de 2025
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Mauro Cid é interrogado na ação penal que investiga golpe contra Lula

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, se preparou intensamente para seu depoimento crucial nesta segunda-feira.

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi o primeiro réu a ser interrogado pelo ministro Alexandre de Moraes no âmbito da ação penal que investiga tentativas de golpe em relação à posse do presidente Lula. Cid se preparou durante quatro dias para enfrentar os questionamentos, que tiveram início nesta segunda-feira (9).

Preparação intensa para o interrogatório

De acordo com fontes próximas à defesa de Cid, ele foi aconselhado por seus advogados a reler todos os depoimentos apresentados à Polícia Federal ao longo das investigações. Desde quinta-feira (5), Cid dedicou-se a esta tarefa para garantir que suas respostas fossem consistentes com o que já havia declarado anteriormente.

Conforme a legislação do Supremo Tribunal Federal, sendo ele um delator, Cid foi o primeiro a ser interrogado neste caso. Os demais réus, que compõem o “núcleo crucial” da trama golpista, serão interrogados em ordem alfabética ao longo da semana. Entre eles estão figuras de destaque, como Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno, Jair Bolsonaro, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto.

Áudios reveladores e sua implicação no caso

Um dos principais pontos de atenção durante o preparo para o interrogatório foram os áudios vazados pela revista Veja. Nestes áudios, Cid criticava abertamente o ministro Alexandre de Moraes e a Polícia Federal, direções que a oposição bolsonarista utilizou para questionar a credibilidade da investigação em andamento. Cid se referia a Moraes como alguém que “prende e solta, quando quiser e como quiser”.

Durante o interrogatório, ao ser questionado sobre os áudios, Cid tentou se defender, alegando que os comentários eram um “desabafo” feito a amigos, e negou que houvesse qualquer tipo de pressão por parte da Polícia Federal durante as investigações.

As alegações de fraude nas urnas

Outro ponto crucial levantado durante o interrogatório foi a questão das alegações de fraude nas urnas. Cid foi indagado sobre se, em reuniões privadas com ministros e lideranças militares, foram discutidas evidências de manipulação nos resultados eleitorais. A resposta foi clara e direta: “Não, senhor. O que apareciam eram estatísticas, do próprio site do TSE, para tentar achar alguma coisa que levasse a uma fraude. Mas não se conseguiu comprovar nada”.

A defesa de Cid parece focar em minimizar os impactos de certas declarações que possam lhe prejudicar, considerando os desdobramentos da situação em que seus comentários estão sendo analisados sob uma nova luz. A estratégia é clara: melhorar sua posição dentro do processo e, ao mesmo tempo, demonstrar que sua honra e credibilidade estão sendo comprometidas pelas informações desviadas e recontextualizadas pelos adversários políticos.

A repercussão política e o clima de tensão

A expectativa para o interrogatório de Cid é elevada, muito em função do ambiente político atual e da polarização entre seus apoiadores e opositores. O depoimento pode ter repercussões significativas no processo judicial e, por extensão, nas relações políticas e sociais no Brasil. A situação é acompanhada de perto por analistas, que indicam que a pressão sobre os envolvidos provavelmente aumentará, dependendo do rumo que os depoimentos tomarem.

Com o olhar do público focado em cada detalhe do interrogatório e nas possíveis implicações legais para Cid e outros membros do ex-governo, a tensão promete aumentar nas próximas semanas, à medida que novos depoimentos forem colhidos e a investigação se desenrolar.

O caso em questão, além de um episódio significativo para a justiça brasileira, exemplifica as complexas relações entre política, justiça e sociedade, levando à reflexão sobre os limites do poder e da responsabilidade na vida pública.

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