Brasil, 10 de junho de 2025
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Depoimento de Mauro Cid revela suposto plano golpista

Mauro Cid declarou ao STF que recebeu dinheiro do general Braga Netto para custear ações contra o ministro Alexandre de Moraes.

No último depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, apresentou informações alarmantes sobre um suposto plano golpista. Cid afirmou que recebeu uma quantia em dinheiro vivo das mãos do general Braga Netto no Palácio da Alvorada no final de 2022, quantia que, segundo a Polícia Federal, seria destinada a monitorar e capturar o ministro do STF Alexandre de Moraes.

Recebimento do dinheiro e seu destino

Durante a investigação, Cid revelou que o dinheiro estava acondicionado em uma “caixa de vinho”. Ele teria entregado essa quantia ao major Rafael Martins de Oliveira, que está sendo acusado de tentar implementar um plano denominado Punhal Verde e Amarelo.

Conexões e esboços da trama golpista

Conversas interceptadas pela Polícia Federal revelaram que Cid e o major de Oliveira discutiram o uso de R$ 100 mil para financiar a chegada de manifestantes a Brasília, sugerindo que havia um plano em andamento para contestar a eleição que consagrou Luiz Inácio Lula da Silva como presidente.

Investigações apontam que essa quantia teria sido arrecadada em uma reunião que ocorreu na casa do general no dia 12 de novembro, antecedendo a posse de Lula. O objetivo do suposto plano era impedir a transição de poder legitimamente estabelecida.

Braga Netto como elo de financiamento

No pedido de prisão apresentado ao STF, a Polícia Federal declarou que o general Braga Netto era o “principal elo de financiamento” do plano para capturar Moraes. Informações adicionais sugeriram que o depoimento de Cid sobre a participação do general nos eventos investigados foi contraditório, indicando que o plano poderia ser ainda mais complexo do que inicialmente acreditado.

“A mudança substancial nos relatos do colaborador em relação à participação do general Braga Netto nos fatos investigados, notadamente a omissão quanto à atuação do indiciado como principal elo de financiamento do evento ‘Copa 2022’, indica que ações de obstrução surtiram o efeito pretendido pela organização criminosa,” diz um trecho do documento da Polícia Federal.

Interrogatórios no STF

O STF começou, na última segunda-feira, a fase de interrogatórios dos réus relacionados à trama golpista. Os depoimentos são conduzidos pelo relator da ação penal, ministro Alexandre de Moraes, e Mauro Cid foi o primeiro a se pronunciar, após ter feito um acordo de delação premiada.

Toda a audiência ocorre na sala da Primeira Turma do STF, com a presença de todos os réus, exceto o ex-ministro Walter Braga Netto, que está provisoriamente preso no Rio de Janeiro e participa por videoconferência. O ambiente é formal, com Moraes presidiendo a sessão e os réus sendo interrogados um a um.

Primeiro a ser ouvido

Cid foi selecionado para ser o primeiro a depor devido ao acordo realizado que permite que sua declaração seja utilizada como evidência contra os demais envolvidos. A sequência dos interrogatórios seguirá a ordem alfabética após o primeiro depoente.

Os depoimentos acontecem todos os dias desta semana, com a possibilidade de se estenderem para a próxima, dependendo da necessidade. Ao todo, oito réus ligados ao primeiro núcleo do caso serão interrogados, incluindo figuras de destaque como Jair Bolsonaro e ex-ministros do governo anterior.

As revelações e as dinâmicas em torno deste caso continuam a se desdobrar, trazendo à tona questões graves sobre a integridade das instituições brasileiras e o respeito pelo Estado de Direito.

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