Brasil, 9 de junho de 2025
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Entrevista com o cardeal Maradiaga: O futuro da sinodalidade com Leão XIV

O cardeal Óscar Maradiaga compartilha sua visão sobre o novo pontificado e a importância da sinodalidade na Igreja.

Durante a 40ª Assembleia Geral Ordinária do Conselho Episcopal Latino-Americano e Caribenho (Celam), o cardeal Óscar Andrés Rodríguez Maradiaga, uma figura proeminente na Igreja, falou sobre o recém-eleito Papa Leão XIV e os desafios que ele enfrentará em seu pontificado. Em uma conversa em meio à paisagem tranquila do Centro de Estudos do Sumaré, no Rio de Janeiro, Maradiaga discutiu a sinodalidade, a relação entre o novo Papa e seu antecessor, Francisco, e o papel da Igreja no mundo contemporâneo.

De Francisco a Leão XIV: A continuidade da sinodalidade

Maradiaga começou ressaltando a importância da sinodalidade, uma característica central do pontificado de Francisco. “A eleição de Leão XIV é um ato da Divina Providência”, afirmou. Para o cardeal, o novo Papa é um entusiasta da sinodalidade, conhecido por seu trabalho nesse campo e por sua experiência em ouvir as vozes da Igreja.

Ele destacou que a sinodalidade é mais do que uma ideia: “É uma prática essencial que precisa ser implementada, conforme o desejado pelo Concílio Vaticano II”. A esperança é que Leão XIV continue a impulsionar essa forma de governança e participação à luz dos desafios enfrentados pela Igreja na atualidade.

A escuta como fundamento da liderança

O cardeal também discutiu a importância da escuta nas dinâmicas da Igreja. “A eleição do Cardeal Prevost como Papa é um sinal claro de que a Igreja está predisposta a ouvir”, disse Maradiaga. Ele ressaltou que o novo pontífice traz uma bagagem significativa de experiências, incluindo seu trabalho em uma diocese pobre no Peru e seu papel como Prefeito do Dicastério para os Bispos.

A escuta é uma habilidade que, segundo o cardeal, será fundamental para o novo papado enfrentar as complexidades e as necessidades da Igreja. “O Papa que ouve é um Papa que vê as necessidades do povo”, enfatizou.

A era da pedagogia social da Igreja

Maradiaga também comentou sobre o nome escolhido pelo novo Papa, Leão XIV. “Isso remete ao legado de Leão XIII, famoso por sua doutrina social, que surgiu em tempos difíceis”, explicou. O cardeal acredita que Leão XIV está determinado a promover os valores da doutrina social da Igreja em relação a crises contemporâneas, como as guerras em várias partes do mundo, incluindo a Ucrânia e o Oriente Médio.

A busca pela paz e justiça social será uma prioridade ao longo do pontificado, algo que Maradiaga considera essencial para a evangelização, especialmente nas grandes cidades da América Latina, onde a desigualdade é prevalente.

Superando polarizações e ideologias

Em uma reflexão profunda sobre a polarização dentro da sociedade e da Igreja, Maradiaga apontou que o conclave recente deixou claro que se deve transcender as ideologias. “A Igreja não deve ser definida por esquerda ou direita. O que importa é o amor e a caridade”, disse ele, ressaltando que a nova liderança deve seguir o caminho do Espírito Santo, que vai além de divisões políticas.

Os desafios do novo pontificado

Maradiaga mencionou que um dos principais desafios de Leão XIV que se apresentam no início de seu papado inclui promover a paz mundial e fomentar a comunhão entre as diferentes Igrejas. “O ecumenismo é uma parte vital do que o Papa deve focar”, declarou.

Ele também reiterou a necessidade de manter a sinodalidade viva, lembrando que isso requer paciência e dedicação. “É um processo contínuo que precisa ser alimentado pela experiência e pela prática”, concluiu.

Reflexões sobre a missão da Igreja

Para Maradiaga, o papel da Igreja vai além das paredes da instituição. Ele acredita firmemente que a Igreja deve atingir os marginalizados e aqueles que foram esquecidos pela sociedade. “Como nos disse o Papa Francisco, a Igreja deve ser uma Igreja em saída”, declarou.

Ao final da entrevista, Maradiaga refletiu sobre seus anos de serviço e as lições aprendidas. “Aprofundei minha compreensão de que a Igreja pertence ao Senhor, e Ele a guia para frente”, concluiu, ressaltando a necessidade de continuar confiando na providência divina enquanto a Igreja navega pelos desafios do século XXI.

O cardealíngurança trouxe esperança e otimismo para o futuro sob a liderança de Leão XIV, enfatizando que a sinodalidade e a escuta serão fundamentais para enfrentar os desafios e as oportunidades que estão à frente da Igreja nos próximos anos.

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